O candidato a prefeito de Camaçari, Flávio Matos (União Brasil), vem denunciando nas últimas semanas, desde o primeiro turno das eleições, a perseguição e opressão sofrida pelo seu grupo e por cidadãos que defendem um novo tempo para a cidade. Segundo o candidato do União, com aval do governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT), aliado de seu adversário Luiz Caetano (PT) e principal interessado em sua vitória, a liberdade de expressão está sendo ameaçada diante das investidas opressoras por parte da Polícia Militar da Bahia, em Camaçari, mesmo contra a vontade dos policiais.
Cansado das investidas constantes contra a liberdade de expressão dos eleitores que querem um novo futuro para Camaçari, Flávio desabafou durante o comício desta segunda-feira (14), no bairro Jardim Limoeiro, e leu a carta que recebeu de um policial que se sente incomodado com as instruções que a corporação tem recebido no período eleitoral, como forma de intervir no processo eleitoral.
Apesar do aumento da pressão vivido nos últimos dias, os eleitores, segundo o candidato, têm se mantido firmes em suas escolhas. “Nós estamos vivendo um momento delicado. Nós estamos vivendo um momento onde as pessoas estão reagindo. As pessoas não estão se entregando. Por mais que a gente não se entregue, eles têm aumentado a opressão. Na última carreata que fizemos na sexta-feira tinham 18 viaturas da polícia viradas para o time azul”, afirmou Flávio.
Mesmo vivendo a perseguição em grande número de viaturas para a sua atividade de campanha, o candidato disse que percebia que os policiais estavam ali porque tinham que seguir ordens vindas de cima. “Olhando pra nós, os guerreiros policiais faziam cara de que não queriam estar ali, mas o comando, que é aliado do governador, tá aqui para oprimir o nosso povo. E nós não vamos nos render”.
No meio do comício, Flávio pediu atenção do público para ler uma mensagem recebida de um policial incomodado com a situação. “Quero ler aqui pessoal, o desabafo de um policial. De um policial que não aguenta ver mais essa opressão de um partido de pessoas que dizem que respeitam a liberdade de expressão”, disse e iniciou a leitura.
A carta iniciava com as seguintes palavras: “Ao longo dos anos venho acompanhando a sua trajetória política, a qual nem se compara com a ficha do outro candidato. Que traz em seu histórico escândalos de corrupção e prisão pela Polícia Federal e a ti o que bonifica é uma conduta ilibada e idoneidade moral intacta”, diz a carta.
Flávio continua a leitura da carta e destaca um trecho em que o policial diz o seguinte: “Tenho que escrever para poder expor a minha opinião e não acabar sendo mais uma vítima do sistema. Pois é de conhecimento a represália que alguns policiais sofreram por achar que tinham liberdade de expressão e, ao contrário, foram enviados para trabalhar em outra cidade até o término da campanha. Essa é a democracia? Isso é liberdade de expressão? Ainda seguimos a nossa Constituição de 88?”
“É notório o quanto o Estado vem usando a Polícia Militar para oprimir os seus eleitores, Flávio. Pois para o PT tudo é possível”, diz o policial antes de finalizar o texto.