A audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira (19/03), na Câmara Municipal de Camaçari, para discutir o possível cancelamento das inscrições do programa Minha Casa, Minha Vida foi marcada por tensões e questionamentos. A ausência de todos os vereadores da base do governo, do atual secretário da Habitação e do Conselho Municipal de Habitação gerou indignação entre os presentes, que esperavam respostas diretas das autoridades responsáveis.
O plenário estava lotado, com a maioria das pessoas sendo inscritas no programa e demonstrando preocupação com a possibilidade de perderem suas vagas. Durante o evento, um dos oradores levantou um ponto crucial: “seria justo cancelar todas as 24 mil inscrições devido a 367 casos apontados como irregulares?” Ele destacou que essa decisão foi tomada em apenas uma semana, o que levantou dúvidas sobre a transparência e a rapidez do processo.
A ex-secretária da Habitação, Vívian Angelim, também se pronunciou, afirmando que a possibilidade de cancelamento está sendo usada como uma estratégia para criar um fato político. Além disso, Vívian explicou que, caso existam possíveis irregularidades, estas seriam identificadas nas fases seguintes do processo, como na seleção dos inscritos e no envio dos nomes para a Caixa Econômica Federal, que também realiza uma avaliação criteriosa do perfil dos candidatos.
Foto: Herick Trabuco
Diante da ausência de respostas, os vereadores de oposição decidiram adotar uma postura mais firme. Eles anunciaram que, em vez de convidar, irão usar o regimento interno para convocar formalmente o atual secretário da Habitação e todo o Conselho Municipal de Habitação que sugeriu o cancelamento de todas as inscrições.
Até o fechamento dessa matéria, não houve a divulgação de nenhuma nota dos vereadores de oposição, bem como da Secretaria de Habitação de Camaçari sobre o motivo da ausência na audiência pública.
