Um total de 84 animais silvestres foi devolvido à natureza nesta quinta-feira (5), em uma ação que marcou a Semana do Meio Ambiente na Bahia. A soltura ocorreu na Área de Soltura de Animais Silvestres (Asas), situada na Fazenda Toca da Onça, no município de Mata de São João, Litoral Norte do estado.
As espécies soltas incluem aves, répteis e mamíferos que passaram por um criterioso processo de reabilitação nos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), após serem resgatadas de situações de risco como tráfico, maus-tratos e abandono. O trabalho é realizado por equipes técnicas formadas por veterinários, biólogos e tratadores especializados.
Durante o processo de reintegração, cada animal é cuidadosamente monitorado. Segundo o veterinário Paulo Baiano, as aves, por exemplo, não saem em voos longos logo após a soltura. “Elas fazem voos curtos para reconhecer o ambiente antes de ganhar altitude. Já os répteis, felinos e primatas seguem protocolos específicos de liberação, de acordo com suas características e necessidades”, explicou.
As áreas utilizadas para soltura são propriedades privadas cadastradas e avaliadas tecnicamente. Para receber os animais, esses locais precisam contar com vegetação nativa, acesso a recursos hídricos e baixa interferência humana — condições que favorecem a readaptação e sobrevivência das espécies.
Atualmente, o estado conta com dois Centros de Triagem de Animais Silvestres em operação, localizados em Salvador e Cruz das Almas. Um terceiro centro está em construção no município de Barreiras, no oeste baiano. Esses espaços são responsáveis por acolher animais resgatados ou entregues voluntariamente, oferecendo tratamento até que estejam aptos a retornar à natureza.
A população também pode contribuir com o resgate e proteção da fauna silvestre por meio do serviço Disque Fauna, que realiza atendimentos e orientações via WhatsApp, pelo número (71) 99661-3998. O canal permite denunciar casos de animais feridos ou em locais inadequados, além de viabilizar a entrega voluntária de espécies mantidas irregularmente em cativeiro.
A iniciativa reforça a importância da preservação ambiental e do combate ao tráfico de animais silvestres, além de destacar o papel fundamental da sociedade na proteção da biodiversidade.
Com informações do INEMA