O governador da Bahia, Rui Costa (PT), decidiu não comparecer à inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista (BA), depois de acusar o presidente Jair Bolsonaro — que irá nesta terça ao Estado para o evento — de ter agredido e ofendido o povo baiano.
“Exercitando a boa educação que aprendi, convidei o governo federal a se fazer presente no ato de inauguração, nesta grande festa. Infelizmente, confundiram a boa educação com covardia, e desde então, temos presenciado agressões ao povo do Nordeste e ao povo da Bahia”, disse Costa em um vídeo divulgado pela sua assessoria.
O governador afirma que o Palácio do Planalto passou a controlar o evento e impedir a entrada da população.
“A medida anunciada é excluir o povo da inauguração, fazer uma inauguração restrita a poucas pessoas, escolhidas a dedo como se fosse uma convenção político-partidária. Não posso concordar com isso”, afirmou o governador.
Novo aeroporto de #VitóriaDeConquista deve ser inaugurado por quem trabalhou e pelo povo.7.24715:04 – 22 de jul de 2019Informações e privacidade no Twitter Ads2.877 pessoas estão falando sobre isso
O aeroporto que será inaugurado nesta terça, batizado de Glauber Rocha em homenagem ao cineasta baiano, custou cerca de 145 milhões de reais em recursos do governo federal e estadual. A última parcela do financiamento federal foi pago no final de 2018, ainda no governo de Michel Temer.
Ao tomar conta do evento, o Planalto fechou o acesso à inauguração alegando questões de segurança, restringindo a convidados.
O governo federal expediu 300 convites inicialmente e reservou outros 70 para o governo estadual. Em seguida, resolveu aumentar a cota federal para 600 pessoas e, depois de uma reclamação do governador, cedeu outras 30 vagas para o Estado.
Esta é a terceira viagem do presidente à região Nordeste, onde foi derrotado pelo petista Fernando Haddad nas eleições de 2018. Bolsonaro foi a Recife, onde participou de uma reunião da Sudene, e a Petrolina, para entregar chaves de imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida. Assim como agora, o programa em Petrolina teve acesso popular controlado.
A visita à Bahia ocorre na esteira na crise criada pela fala do presidente em uma conversa com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, antes de iniciar um café com jornalistas estrangeiros, na sexta-feira passada.
Por Exame