pós a prisão do cozinheiro desempregado Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, a polícia encontrou o corpo da funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC) Letícia Sousa Curado (foto em destaque), 26, na tarde desta segunda-feira (26/08/2019). As primeiras informações apontam que o cadáver estava na chácara da irmã do suspeito, na região do Vale do Amanhecer, em Planaltina. As informações são do Metrópoles.
De acordo com a publicação, o suspeito foi preso na madrugada de domingo (25/08/2019), dois dias depois do sumiço da jovem, em Planaltina. Os investigadores acharam o carro dele com objetos da vítima dentro. Há imagens do circuito de segurança que mostram Letícia entrando no veículo do acusado em uma parada de ônibus no Setor Arapoanga, após uma rápida conversa, de 10 segundos, entre eles.
Ainda segundo o site, o cozinheiro desempregado, que não tem relação com a vítima, teria visto Letícia no local e retornado. Ele pode ter feito outra vítima no mês passado. A partir daí, a polícia passou a procurar a moça na área rural perto do Vale do Amanhecer.
Letícia desapareceu na manhã de sexta-feira (23/08/2019). De acordo com o delegado, a funcionária MEC foi sozinha para a parada de ônibus, de onde seguiria para o trabalho, na Esplanada dos Ministérios. Ela havia combinado de almoçar com a mãe por volta de 12h. Como não apareceu, a família começou a ligar e mandar mensagem para a jovem.
“Ela não respondeu mais e as mensagens pararam de chegar ao celular da vítima”, disse o delegado. Por volta das 18h, o professor de educação física Kaio Fonseca, marido de Letícia, resolveu ir à delegacia para denunciar o desaparecimento. A partir daí, a polícia começou a verificar onde a funcionária do MEC poderia estar. Trabalharam com algumas hipóteses – entre elas, surto psicológico e sequestro.
Na manhã de sábado (24/08/2019), os policiais conseguiram imagens do circuito de segurança da região de onde Letícia tinha desaparecido, em Planaltina. Uma vizinha relatou que havia visto a advogada entrando em um veículo — um Gol de cor branca.
A polícia foi atrás da informação, mas não achou o carro citado pela testemunha. Quando os investigadores excluíram essa possibilidade, passaram a ver novamente as imagens de segurança do comércio local da região para identificar atitudes suspeitas. Constataram que um veículo de cor prata fez uma parada no ponto de ônibus em que Letícia estava. O veículo passou no local uma vez, depois retornou.
Ao abordar o suspeito em via pública, que estava em uma Blazer prata, placa JFZ 3420-DF, os policiais encontraram no porta-luvas do carro uma bolsa, com fichário e material escolar, além de um relógio, objetos que são de Letícia. O celular da advogada estava atrás do banco do automóvel. O cozinheiro desempregado afirma que os itens encontrados foram comprados por ele.
No dia do desaparecimento de Letícia, Marinésio disse que foi levar a filha no colégio. Depois, seguiu para a casa da irmã, por volta das 9h50. Não consegue explicar, porém, o que fez entre o momento em que Letícia sumiu e este horário. Com indícios fortes de sequestro, a polícia conseguiu a prisão temporária do suspeito. O prazo é de 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período.
Letícia foi abordada por volta das 7h42. “Ele (Marinésio) confirma que parou em frente à parada de ônibus. Mas nega que Letícia tenha entrado no veículo. Disse que parou para um carro passar. Quando a polícia mostra as imagens, fica calado”, ressaltou o delegado, em coletiva de imprensa.
Casado, pai de uma jovem de 16 anos, ele não tem passagens pela polícia. O carro do desempregado está sendo periciado. Marinésio nega conhecer Letícia. Disse também em depoimento que não faz transporte pirata. Ressaltou, inclusive, não ter emprestado o veículo para alguém. Mas confessa ter dado “algumas caronas”.
O último trabalho de carteira assinada dele foi há um ano e dois meses para uma empresa terceirizada. O homem mora no Vale do Amanhecer, em Planaltina. “Ele é o único suspeito até o momento”, reforçou o delegado. No carro de Marinésio, a polícia encontrou uma nota de R$ 5, o mesmo valor que Letícia pegou com o marido antes de seguir até a parada de ônibus. A última localização do celular da vítima foi na casa do acusado, próximo ao Arapoanga.
“Ela estava vivendo o momento mais pleno da vida dela. Tinha passado até num concurso do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Estava bem, fazendo pós-graduação e tinha conseguido uma bolsa. Estava com um emprego legal, mesmo terceirizada. A mãe já é advogada. São de uma família bem tradicional de advogados. Ela queria seguir a profissão. Era uma menina pobre, mas muito focada e responsável. É muito triste”, disse ao Metrópoles uma amiga da família que preferiu não se identificar.