Um relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) apontou que a América Latina e o Caribe têm a 2ª maior taxa de gravidez na adolescência no mundo. A taxa mundial de gravidez adolescente é estimada em 46 nascimentos para cada mil meninas entre 15 e 19 anos, enquanto a taxa na América Latina e no Caribe é de 65,5 nascimentos. No Brasil, a taxa é de 68,4 nascimentos.
“As taxas de fertilidade entre adolescentes continuam sendo altas. Afetam principalmente as populações que vivem em condições de vulnerabilidade e demonstram as desigualdades existentes entre e dentro dos países. A gravidez na adolescência pode ter um efeito profundo na saúde das meninas durante a vida”, disse Carissa F. Etienne, diretora da OPAS.
Estima-se que mães com menos de 20 anos gerem anualmente cerca de dois milhões de crianças. Para o estudo, a gravidez na adolescência está associada a mais chances de problemas de saúde nas crianças e uma vida de pobreza.
A maioria dos países com taxas mais elevadas de fecundidade adolescente na América Latina e no Caribe está na América Central, liderados por Guatemala, Nicarágua e Panamá. Caribe, República Dominicana e Guiana têm as taxas mais altas. Na América do Sul, a liderança fica com Bolívia e Venezuela.
Educação
Ainda segundo o documento, meninas adolescentes que só têm o ensino primário ou nenhuma educação formal são quatro vezes mais inclinadas a começarem a ter filhos do que meninas com o ensino secundário ou superior. “A falta de informação e o acesso restrito a uma educação sexual integral e a serviços de saúde sexual e reprodutiva adequados têm uma relação direta com a gravidez adolescente. Muitas dessas gestações não são uma escolha deliberada, mas resultado, por exemplo, de uma relação de abuso”, disse Esteban Caballero, diretor regional do UNFPA para América Latina e Caribe.
O relatório fez uma série de recomendações para reduzir a gravidez adolescente, como promover medidas e normas que proíbam o casamento infantil e as uniões precoces antes dos 18 anos, apoiar programas de prevenção à gravidez baseados em evidências que envolvam vários setores e que trabalhem com os grupos mais vulneráveis, e aumentar o uso de contraceptivos.
Fonte: A Tarde