A Polícia Federal dos Estados Unidos confiscou o celular do senador republicano Richard Burr por suspeita de “tráfico de informação privilegiada” por vender ações antes que o novo coronavírus derrubasse os mercados, informou a mídia americana nesta quinta-feira, 14.
Burr, que preside o comitê de inteligência do Senado, entregou seu dispositivo a agentes do FBI que compareceram com uma ordem judicial em sua residência em Washington na noite de quarta-feira, 13, segundo o Los Angeles Times. A NBC também noticiou a apreensão, citando uma fonte policial anônima.
Os investigadores procuram rastrear conversas entre Burr e seu agente. Em 13 de fevereiro, Burr vendeu ações no valor de US$ 628.000 a US$ 1,7 milhão, incluindo ações de grupos de hotéis e turismo, setores fortemente afetados pelo confinamento decretado em todo o mundo para conter a pandemia.
No mesmo dia, seu cunhado lhe vendeu US$ 280.000 em ações, informou o site ProPublica na semana passada. Naquela época, o presidente dos EUA, Donald Trump, ainda minimizava os riscos da epidemia COVID-19, que já causou 84.000 mortes nos Estados Unidos, mas Burr, graças à sua posição no Senado, teve acesso a alertas das autoridades de saúde, o que sustenta a suspeita de tráfico de informações.
No final de março, o político negou qualquer irregularidade e garantiu que sua venda de ações “era baseada apenas em informações públicas”. Da AFP.