O Alto Comissariado Acnur (Nações Unidas para os Refugiados) disse nesta terça-feira (26) que seu trabalho no Iêmen está próximo de um “ponto de ruptura em potencial” devido à disseminação do coronavírus no país assolado pela guerra, e que um número crescente de famílias está recorrendo à mendicância e ao trabalho e casamento infantis.
Cerca de 80% da população desnutrida do Iêmen depende de assistência humanitária, o que configura a maior crise humanitária do mundo mesmo antes do coronavírus.
Na semana passada, a ONU (Organização das Nações Unidas) disse que o sistema de saúde iemenita “na prática desmoronou” e que se acredita que o vírus está se espalhando pelo país, apelando por um financiamento urgente.
“Estamos chegando a um ponto de ruptura em potencial em nossos programas, se não recebermos mais fundos em breve muitos de nossos programas, e particularmente nossos programas de assistência financeira a iemenitas deslocados internamente, podem ter que parar”, disse Charlie Yaxley, porta-voz do Acnur, em um briefing virtual.
“Estamos vendo um número crescente de famílias que está recorrendo a mecanismos danosos para sobreviver, como mendicância, trabalho infantil e casamento de crianças”, acrescentou.
O Acnur oferece programas de assistência financeira a cerca de um milhão de pessoas que foram deslocadas internamente e que contam com este dinheiro para obter alimentos, remédios e abrigo, explicou ele. Da Agência Reuters.