Número de homens que realizam trabalhos domésticos diminui na Bahia, diz IBGE

Pela primeira vez depois de dois anos de altas seguidas, o número de homens que realizavam afazeres domésticos ou cuidados de moradores do seu domicílio ou parentes diminuiu na Bahia. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 4, em estudo do IBGE, em 2019, 4,331 milhões de homens de 14 anos ou mais idade praticavam tais atividades, o que representava 76,1% da população masculina nessa faixa etária. 

Em 2018, o grupo somava 4,369 milhões, com 38 mil homens a mais, e representava 77,2% do total. 

Segundo o levantamento, embora a redução não seja tão expressiva (-0,9%) ela mostra a interrupção de uma tendência de aumento da realização de afazeres e cuidados entre os homens. Na Bahia, esse grupo vinha crescendo desde que o IBGE, por meio da PNAD Contínua, iniciou a investigação anual das outras formas de trabalho, em 2016. 

Além disso, a redução entre os baianos foi na contramão do que ocorreu no país como um todo. No Brasil, entre 2018 e 2019, o número e o percentual de homens que realizavam afazeres domésticos ou cuidados com pessoas cresceram. Eles passaram de 64,773 milhões (80,4% do total) para 65,416 milhões (80,6%), o que representou mais 643 mil homens em um ano (+1,0%). 

De 2018 para 2019, o número de homens que realizavam afazeres domésticos ou cuidados de pessoas diminuiu em apenas 8 dos 27 estados, sendo 7 deles no Norte-Nordeste do país, mais Minas Gerais. O contingente se manteve estável no Espírito Santo e cresceu, numericamente, em 18 unidades da Federação.

Enquanto o número de homens que realizam afazeres domésticos ou cuidados teve uma redução na Bahia, o número de mulheres que se dedicam a essas outras formas de trabalho voltou a crescer em 2019, após ter diminuído entre 2017 e 2018.

No ano passado, 5,867 milhões de baianas de 14 anos ou mais de idade realizavam afazeres domésticos ou cuidados de moradores do domicílio ou parentes – o que representava 92,3% das mulheres dessa faixa etária. 

O número absoluto cresceu 1,6% em relação a 2018, quando eram 5,772 milhões, o que representou mais 95 mil mulheres realizando afazeres ou cuidados em um ano. O percentual, porém, teve uma leve diminuição – era de 92,9% em 2018. 

Assim, em 2019, na Bahia aumentou um pouco a já importante desigualdade por gênero na realização de afazeres domésticos ou cuidados de pessoas. 

Cresceram tanto a diferença no número absoluto de mulheres e homens que disseram dedicar-se a essas outras formas de trabalho (de 1,403 milhão a mais para 1,536 milhão a mais de mulheres) quanto a diferença na taxa percentual de realização entre mulheres e homens (de +15,7 pontos percentuais para +16,2 pontos percentuais entre as mulheres).