Conhecer a comunidade é um dos primeiros passos para trabalhar parecerias e resolver os problemas apontados pelos moradores. A comunidade do Parque Verde tem em Maurício Qualidade, camaçariense nato, um porta-voz para levar os seus anseios ao poder público com alvo de solucioná-los. Ele tem dedicado parte da vida aos residentes de sua comunidade; e bateu um papo com a equipe do Bahia Ligada e contou um pouco mais da sua história.
Maurício Paulo Almeida da Silva tem 38 anos, é filho de dona Marizete e seu Manoel Paulo (in memoriam), natural de Camaçari, servidor público municipal, casado há 15 anos com a professora Arithan Silva e pai de três filhos (Marcos, Geovanna e Yanna), é irmão de Bárbara, Cássio, Luciana e Jamile. Atualmente mora no Bairro do Parque Verde, formou-se em Gestão Pública em 2019, pela faculdade Uninter. É evangélico e nas horas vagas gosta de jogar futebol. E como filosofia de vida, ele carrega a seguinte frase: “Tratar as pessoas como gostaria de ser tratado. Sempre em busca de uma sociedade mais justa sem pisar em ninguém”.
Queria que você contasse um pouco da sua história. Como foi a vida de Maurício até chegar aqui?
Eu nasci aqui em Camaçari no hospital Semed, filho de uma dona de casa e um servidor público do Derba, já morei em diversos bairros aqui da nossa cidade, entre os mais marcantes eu posso citar: Camaçari de Dentro, Alto do Triângulo, Verde Horizonte e Parque Verde. Fui do Exército (Tiro de Guerra), iniciei minha vida laboral com 17 anos e seis meses no Polo, trabalhando no refeitório, depois fui para a área industrial, na montagem e manutenção, nas fábricas Brasken PVC (na Deten), Monsanto REVAP e Fafen Petrobras e também trabalhei na Bridgestone, onde recebi o apelido de Qualidade, pois era a área onde trabalhava. Daí passei no concurso, e há dez anos sou servidor público do município.
Qual(is) foi(ram) o(s) maior(es) desafio(s) que você enfrentou em todos esses anos? Como superou?
Perdi o meu irmão Maurício Paulo, por parte de pai (mesmo nome que o meu), para as drogas. Foi muito duro, mas essa situação me fez abraçar a luta para livrar outros jovens dos entorpecentes. Já conseguimos tirar cerca de 300 jovens desse caminho das drogas, pois faço trabalho em conjunto com a Fundação Doutor Jesus (do deputado federal Pastor Sargento Isidório).
E a conquista, qual sua maior conquista?
Sem dúvida ter tido um encontro real e pessoal com Cristo. Essa é a minha maior conquista no campo espiritual. Já no aspecto material, foi conquistar a minha graduação em Gestão Pública.
Geralmente os grandes líderes políticos são formados ainda nas salas de aula, com senso de liderança na turma, nas atividades. É aquele que compra a briga dos outros para lutar junto. E você, quando é que descobriu a veia política? Tem histórico de quando ainda era estudante?
No período de escola eu fui sempre aquele amigo que valorizava a todos sem menosprezar ninguém e sempre busquei incentivar àqueles que se isolavam a serem mais participativos. Alguns têm mais dificuldade em se destacar, mas todos têm potencial e podem se tornar ótimos líderes.
Hoje você é líder comunitário no Parque Verde. Há quanto tempo ocupa o posto de liderança daquela comunidade? Qual o segredo para ter o respeito e o apoio da comunidade?
Essa missão de ajudar as pessoas eu sempre tive e sempre estive disponível, mas nos últimos três anos passamos a integrar a diretoria da Associação de Moradores do Parque Verde 1, onde realizamos diversas atividades, levando serviços, informações, ações sociais, lazer e cultura. O segredo é ser transparente em tudo, e convidar a todos a participarem e, é claro, muito trabalho. O Parque Verde é carente de tudo: saúde, educação, segurança pública, esportes, infraestrutura, lazer e a gente está lutando para reverter esse quadro. Realizamos projetos sociais como o Natal sem Fome, o dia das crianças com distribuição de brinquedos para a comunidade, sopão solidário, além de fomentar a transformação social através de projetos educativos com cursos, palestras, jogos lúdicos e outras ações para as nossas crianças e jovens. As escolinhas de futebol, boxe e capoeira, que permitem essa nova geração sonhar com um futuro no esporte, também contam com o apoio da comunidade. Outro grande projeto que foi abraçado pelos moradores do Parque Verde é a horta comunitária. Conseguimos a liberação para plantar em um terreno que estava abandonado. Hoje ele se tornou produtivo e, muito em breve, estará servindo a própria comunidade com verduras e hortaliças, de forma gratuita. Também cobramos do poder público investimentos em nossa localidade, mas é diferente quando o pedido parte de um vereador, por exemplo.
Que experiências dessa gestão comunitária você leva para a vida?
Que a gente nasce para servir e se não o fizermos a nossa vida não terá valido a pena. Nem sempre as pessoas reconhecem o que fazemos, mas existe um Deus que vê a motivação do nosso coração e insiste em nos recompensar com saúde e vontade de fazer cada vez mais. Mas, sem dúvida, a gratidão das pessoas é muito recompensadora. Não tem preço ver o sorriso de alguém que a gente ajuda a realizar, muitas vezes, coisas simples. As pessoas necessitam de informações básicas, que o maior desafio de qualquer gestor é o compromisso com a educação, pois só ela pode transformar o cidadão.
Há muita dificuldade em fazer a ponte entre a comunidade e o poder público, ou seja, é fácil fazer com que o poder público atenda a comunidade?
A grande dificuldade é porque a política precisa de pessoas técnicas para distribuir serviços por região sem politicagem. Infelizmente os pedidos são atendidos para projetos de pessoas e não da comunidade em si. A exemplo de um bairro ao lado do nosso, que estão sendo construídas três praças, dois campos de futebol e uma quadra. E o Parque Verde, por não ter um representante no legislativo, não foi feito nada. Isso não é gestão!
No universo político há alguma figura ou personalidade que lhe inspira? Por quê?
Sérgio Meneguelli, prefeito de Colatina, Minas Gerais. Porque ele põe a mão na massa, dá exemplo não se envolvendo em corrupção, aplica os recursos públicos com responsabilidade, procurando sempre os melhores preços, evita desperdiçar o dinheiro do cidadão, pois é conquistado com muito suor. Todos os políticos do Brasil deviam aprender um pouco com ele.
Quando e por que decidiu disputar uma vaga na Câmara em 2020? Qual a sigla a que você está ligado?
Nos anos de 2012 e 2016 fui convidado pelo povo e pelos presidentes de partidos a me candidatar, por ser uma pessoa popular e participativa. O que mais me motivou foi o pedido de tantas pessoas honestas, de caráter, de responsabilidade e com grandes influências na cidade e sei que carrego esse compromisso comigo de representar essas pessoas. No ano de 2018 me filiei ao PSL, mas partido para mim é apenas uma sigla.
Para finalizar, deixa uma mensagem para o seu público
Venho me dedicando ao longo desses anos e sei que posso contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária, que atenda a real necessidade da população, cortando privilégios dos parlamentares, e investindo nas áreas mais necessitadas do nosso município. Sei como fazer e como cortar, e é dando exemplos que vamos conseguir mostrar para a população qual é a verdadeira função do legislativo. Além disso, precisamos de vereadores que realmente fiscalizem o executivo, pois somos uma cidade que tem tudo para ser referência no Brasil em todas as áreas.