O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu na sexta-feira (31) aos governos de Brasil e Colômbia para que trabalhem em conjunto no combate ao coronavírus nas áreas de fronteira.
“Como gostaríamos (…) de ter uma coordenação efetiva com as autoridades governamentais e autoridades de saúde”, disse Maduro, durante a inauguração de um hospital de campanha, sobre uma eventual parceria com os dois países com os quais a Venezuela tem suas maiores fronteiras e que não o reconhecem como chefe de governo – e sim o opositor Juan Guaidó, considerado por ambos como presidente interino.
Maduro também declarou que a Venezuela pediu ajuda à Organização Mundial da Saúde (OMS) e à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para coordenar as “políticas de proteção à saúde” nas duas fronteiras.
Críticas aos vizinhos
Pouco antes, o presidente venezuelano havia criticado o governo da Colômbia, que, segundo ele, “está tomando medidas tardias, mas as está tomando” para conter a expansão da pandemia.
“Se tivéssemos apoio sanitário do lado colombiano (da fronteira), outro galo cantaria, não haveria este problema dos criminosos, ‘trocheros’ da Colômbia”, disse o governante, usando um termo para definir conhecedores de trilhas alternativas para cruzar fronteiras e que levam pessoas a atravessá-las irregularmente.
‘Bioterrorismo’
O governo Maduro vem responsabilizando migrantes que retornam à Venezuela por meios ilegais pela expansão do coronavírus no país e os rotula como “bioterroristas”. Entretanto, a oposição denunciou que muitos dos que querem voltar não podem fazê-lo porque o governo estabeleceu uma cota diária de retornos permitidos.
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Além disso, em diversas ocasiões Maduro classificou o coronavírus como um “vírus colombiano”.
Ele também pediu na sexta-feira “ao povo colombiano que force seu governo a ser sensato” para coordenar com as autoridades sanitárias, governamentais, cívicas, militares e policiais venezuelanas “para poder conter este vírus e poder proteger toda a população na fronteira”.
Maduro havia feito um apelo semelhante no início da pandemia, o que originou uma reunião por teleconferência entre os ministros da Saúde Carlos Alvarado, da Venezuela, e Fernando Ruiz, da Colômbia.
O representante da Opas na Venezuela, Gerardo de Cosío, também participou e discutiu a estratégia para conter a pandemia e proteger a saúde da população mais vulnerável, de acordo com o governo colombiano. Informações do R7.