Quase metade das empresas (48%) pretende manter os processos seletivos online para contratar novos colaboradores quando a pandemia de coronavírus chegar ao fim. É o que mostra pesquisa realizada pela Weseek, startup da Catho.
O co-fundador da startup da Catho Weseek, João Kobayashi, diz que a pandemia acelerou a implementação dos processos seletivos inteiramente online, como parte de uma transformação digital que as empresas têm adotado.
“Tempo é dinheiro. Quando se faz um processo remoto você consegue ser muito mais produtivo. Tanto candidato como empresa”, explica Kobayashi. No entanto, ressalta que este tipo de processo não é possível para alguns tipos de vagas, que dependem de habilidades técnicas que precisam ser avaliadas frente a frente.
A analista de recrutamento e seleção do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) Cíntia Silva concorda que a agilidade é um dos pontos positivos do processo online e afirma que, desta forma, é possível que a seleção do candidato seja feita de forma mais personalizada.
Kobayashi considera os processos seletivos online interessantes principalmente para as companhias que adotaram o home office como nova forma de trabalho, porque assim é possível contratar funcionários de outras regiões. “Quando você faz isso aumenta o leque de pessoas que pode contratar na sua empresa. Passa a ter muito mais pessoas disponíveis”, afirma. Os processos seletivos online tendem a fazer com que entrevistadores e candidatos sejam mais objetivos e tenham menos distrações.
Em contrapartida, Cíntia afirma que as entrevistas online impedem que os recrutadores avaliem algumas questões comportamentais. “A gente não tem o olho no olho. É a observação de alguns comportamentos que não conseguimos no vídeo, já que, no online, o candidato está na zona de conforto dele, que é diferente estar na empresa”, explica Cíntia.
Kobayashi diz também que uma desvantagem é que algumas situações fogem do controle, como barulhos ou latidos de cachorro. Os imprevistos causados pela tecnologia também podem ser um problema.
Para que as entrevistas remotas fossem realizadas com sucesso, 58% das empresas contrataram softwares de videochamadas e 22% de recrutamento integral online.
Como se preparar para entrevistas online
Kobayashi afirma que o processo seletivo online é basicamente igual ao presencial. O candidato precisa se preparar com antecedência, conhecer sobre a empresa contratante e respeitar o horário de início da entrevista. A única preocupação extra é preparar o ambiente em que será entrevistado.
“A webcam vai ser a janela que vai vendê-lo pro recrutador. É preciso garantir que vai estar em um ambiente silencioso”, orienta. No online, o representante da empresa vai analisar a postura, a forma como o candidato se comunica, como defende seus pontos de vista.
Cíntia afirma que, tanto em processos online, como presencial, o candidato precisa dar tudo de si para conseguir a vaga que deseja. Na hora de preencher o currículo em plataformas online, por exemplo, é primordial incluir todas as informações de maneira detalhada e revisar o conteúdo antes de enviar para o recrutador.
No online, conhecer as ferramentas da entrevista antes do encontro com o representante da empresa é interessante. “A gente já orienta o candidato a baixar o aplicativo com antecedência, testar o áudio e o vídeo, reservar um ambiente que ele não vai ser interrompido e avisar a família”, afirma Cíntia. Segundo a analista, a colaboração da família é essencial para que o candidato consiga fazer a entrevista em um local tranquilo, sem interferências externas.
Respeitar os prazos também é importante. Cíntia diz que candidatos que participam de processos seletivos do CIEE para vagas de estágio muitas vezes precisam realizar algumas fases antes da entrevista com o gestor, que possuem datas. Não respeitar os prazos desclassifica o aplicante à vaga. Informações do R7.