Wall Street fecha em baixa após diagnóstico de covid de Trump

As ações dos EUA fecharam em baixa na sexta-feira (2), já que a notícia de que o resultado do teste do presidente dos EUA, Donald Trump, positivo para o covid-19, deixou os investidores sem ânimo de risco e aumentou as incertezas em torno da eleição que se aproxima.

As ações de tecnologia pesaram mais nos índices, mas as perdas da blue chip Dow foram mitigadas por ganhos em ações cíclicas economicamente sensíveis.

Apesar da liquidação de sexta-feira, o S&P e o Nasdaq ganharam 1,5% na semana, enquanto o Dow encerrou a sessão 1,9% acima do fechamento da última sexta-feira.

Trump tweetou na noite de quinta-feira que havia contraído o coronavírus e seria colocado em quarentena, aumentando as incógnitas para um mercado já volátil.

Mas as ações reduziram as perdas depois que a Casa Branca deu garantias de que Trump, apesar de apresentar sintomas leves, não está incapacitado.

“Isso injeta mais incerteza no resultado da eleição”, disse Roberto Perli, chefe de pesquisa de política global da Cornerstone Macro em Washington. “Minha leitura é que os mercados têm demonstrado uma aversão ultimamente, especialmente à incerteza, não tanto à vitória de um ou outro candidato”.

As ações também receberam um pequeno impulso após o anúncio da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, de que um acordo para fornecer outros US$ 25 bilhões (R$ 142 bilhões) em assistência governamental ao setor de aviação era “iminente”.

“Os mercados também estão prestando atenção à probabilidade de que outro pacote de estímulo seja aprovado em breve”, acrescentou Perli. “Se isso acontecer, poderá compensar, pelo menos em parte, a incerteza gerada pelas notícias do covid.”

Pacote de estímulos

Os democratas da Câmara aprovaram um pacote de ajuda fiscal de US$ 2,2 (R$12 trilhões) trilhões na quinta-feira, mas é improvável que o projeto seja aprovado no Senado controlado pelos republicanos.

As disputas partidárias sobre o tamanho e os detalhes de uma nova rodada de estímulo estagnaram, mais de dois meses após o término dos benefícios emergenciais de desemprego para milhões de americanos.

Dados divulgados nesta sexta-feira (2) mostraram que a recuperação do mercado de trabalho pode estar perdendo fôlego. A economia dos Estados Unidos criou 661.000 empregos em setembro, menos do que o esperado e o aumento mais lento desde o início da recuperação em maio.

A folha de pagamento ainda está longe de recuperar os 22 milhões de empregos perdidos desde o fechamento inicial, e o número de desempregados permanentes está crescendo. Agência Reuters.