Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (11) revela que o comércio baiano registra uma queda acumulada de 6,2% desde o começo do ano. No entanto, na comparação entre os meses de 2020, o varejo no estado mostra sinais de recuperação.
Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), revela que as vendas do comércio varejista na Bahia seguem em queda tanto no acumulado no ano de 2020 (-6,2%), quanto nos 12 meses encerrados em setembro (-3,1%).
No entanto, no mês de setembro, as vendas do varejo baiano cresceram tanto frente a agosto (0,8%) quanto em relação a setembro de 2019 (7,1%), melhor setembro desde 2012, quando as vendas haviam crescido 11%.
De agosto para setembro, o comércio varejista baiano teve um resultado um pouco melhor que o do Brasil como um todo, onde as vendas cresceram 0,6%. Houve aumentos em 13 das 27 unidades da Federação, lideradas por Piauí (5,7%), São Paulo (2,1%) e Espírito Santo (1,8%). No outro extremo, Maranhão (-5,9%), Amapá (-5,5%) e Ceará (-4,4%) tiveram as maiores quedas nas vendas.
Móveis e eletrodomésticos
Em setembro de 2020, o resultado positivo da vendas na Bahia (7,1%), em comparação ao mesmo mês no ano passado, foi resultado do desempenho de quatro das oito atividades do varejo.
Com o maior crescimento no mês, as vendas de móveis e eletrodomésticos (51,3%) tiveram quarto resultado positivo consecutivo e foram, mais uma vez, as que mais contribuíram para a alta do varejo como um todo, no estado.
O segundo principal impacto positivo no comércio baiano veio novamente dos outros artigos de uso pessoal e doméstico (17,9%), cujas vendas cresceram pelo segundo mês seguido e em um maior ritmo que em agosto (10,5%). O segmento concentra lojas de departamento e os grandes sites de varejo on-line.
Os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,1%) e os combustíveis e lubrificantes (5,7%) completaram os resultados positivos.
Entre as atividades em queda, os maiores recuos e principais influências negativas vieram novamente dos segmentos de livros, jornais, revistas e papelaria (-40,4%) e dos equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-25,3%). Ambos já vêm com resultados bastante negativos desde muito antes da pandemia da Covid-19.
Além deles, os hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-4,7%) também foram importantes no sentido de puxar as vendas do varejo da Bahia para baixo. O segmento mostrou seu segundo resultado negativo consecutivo e a maior queda para um mês de setembro em três anos, desde 2017 (-13,6%).
Varejo ampliado
Em setembro, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano apresentou novo avanço frente a agosto. Teve o 2º maior crescimento do país (3,2%) na comparação com agosto e voltou a crescer (3,9%) frente a setembro de 2019.
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado.
Apesar dos bons resultados de setembro, o varejo ampliado baiano segue negativo no acumulado de janeiro a setembro de 2020 (-10,3%), frente a um resultado de -3,6% em nível nacional.
Nos 12 meses encerrados em setembro, as vendas do varejo ampliado na Bahia também mostram queda (-5,9%) mais intensa do que a nacional (-1,4%).