Setor de Pescados prevê investimentos de R$ 214,6 milhões em unidades industriais na Bahia

De água doce a salgada, a Bahia tem uma das mais produtivas águas costeiras do Brasil. Prova disto, o setor pesqueiro pretende investir até R$ 214,6 milhões em três empresas que serão instaladas no estado e, juntas, devem gerar 1,3 mil empregos diretos e indiretos. O segmento incentivado pelo Governo do Estado também é responsável pelo aporte de R$ 19,7 milhões de investimentos em outras quatros unidades industriais já implantadas em municípios baianos, e que geram 468 empregos. Os números são da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), que acompanha os empreendimentos. 

“Em 2020, uma das áreas que mais se desenvolveu na Bahia foi a de produção industrial. O setor de pescados é importante para a economia das regiões, pois ao mesmo tempo em que promove empregos, movimenta a receita do Estado.  Ao produzir peixes na Bahia,  o setor incentiva pequenos e grandes agricultores regionais”, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, João Leão. 

Com o volume de R$ 200 milhões, a unidade da Ocean Grown Brazil Criação de Peixes e Crustáceos, que está sendo implantada no município de Ilhéus, terá a produção voltada para peixe inteiro, peixe sem cabeça, vísceras e filé de peixe. Com a instalação, a unidade irá criar 75 empregos nos primeiros 5 anos de operação e a capacidade de produção será por volta de 4,2 mil toneladas por ano. O beneficiamento do produto poderá ser realizado sob encomenda ou através de prestação de serviço por terceiros, exclusivamente na Bahia.  

A Peixaria Brasil, em implantação em Lauro de Freitas, prevê aporte de R$ 12,6 milhões, geração de 100 postos de trabalho e iniciar a operação no segundo semestre de 2021. Em Feira de Santana, a Porto Frio Comércio e Armazenagem está investindo R$ 2 milhões na implantação de uma unidade de peixes congelados e deve gerar 76 empregos. A previsão de iniciar a produção é até 2025. 

Empresas implantadas 

Há 8 anos na Bahia, a Prime Seafoofd possui uma unidade industrial no município de Alcobaça, onde investiu R$ 13,5 milhões em novas câmaras de armazenamento congelado, novos túneis de congelamento, equipamentos para processamento, aquisição de terrenos e reformas das câmaras. Atualmente, a empresa gera cerca de 182 empregos diretos. A indústria tem duplicado a sua capacidade instalada, que é de 4,5 milhões de kg por ano, modernizando a área industrial de congelamento e processamento de atum. 

De acordo com o diretor executivo da Prime, Eduardo Lobo Naslavsky, a empresa exporta cerca de 95% de sua produção para os Estados Unidos e para a Ásia. E revela ter o interesse em construir uma fábrica de conserva para enlatar o pescado do litoral baiano e vender no mercado interno e nas redes de supermercados. Também revela ter o interesse na construção de uma grande fábrica de ração para o cultivo de pescados, bem como uma fábrica de farinha de peixe. São projetos que, segundo o presidente da grupo, devem serem concretizados nos próximos quatros anos. 

“A Prime Seafood se tornou não só uma das maiores empresas de processamento de pescados para exportação da Bahia, como também a maior empresa de exportação do ramo no Brasil, com o apoio maciço do Governo da Bahia, que nos deu coragem para investir cada vez mais. A indústria tem um papel relevante na melhoria do IDH de toda a região que compete entre Caravelas, Alcobaça e Prado. Hoje, a Bahia tem uma grande empresa de processamento de pescados, que coloca a marca Prime Seafood não só no mercado americano, como no mercado Asiático”, diz Naslavsky.  

Com o investimento de R$ 1,2 milhão para a instalação da unidade, 12 containers de pele de tilápia, quatro containers de escama exportados para o Japão e a China, a Agrofish Brasil, que já está em fase de operação industrial em Paulo Afonso, gera 258 postos de trabalho, com a estimativa de promover mais 80 até o segundo semestre de 2021, além de gerar 1,2 mil empregos indiretos. A produção de filé de tilápia resfriado e congelado, carne moída de tilápia, camarão sem cabeça e descascado, farinha, óleo, pele e escama de tilápia e de bacalhau é vendida para todo o Brasil. A capacidade de produção prevista é de até 7 mil toneladas de peixe gordo (2,1 mil ton de filé) para os dois primeiros anos e tem a previsão de um aumento para 9,6 mil ton/ano para 2023. 

“A implantação da Agrofish, na Bahia, foi por questões estratégicas, como cultivo nas águas do Rio São Francisco, de forma sustentável e boa disponibilidade da mão de obra. Além disso,  a localização no centro dos principais mercados consumidores (Nordeste e Sudeste), os atrativos fiscais do Estado, a agilidade nos processos governamentais e a proximidade do Porto e aeroporto de  Salvador e de Paulo Afonso também contribuíram para “decisão”, explica o presidente da empresa, Emerson Barbosa, a razão por ter escolhido a Bahia para fazer o investimento. 

Outras empresas do setor em implantadas no estado são a Pescados Brasil, com investimentos de R$ 2,5 milhões no município de Jaguaripe, e a Lago Dourado, em Cabaceiras do Paraguaçu, que investiu também R$ 2,5 milhões em sua unidade industrial. 

Fonte: Ascom/ SDE