Sindimed-BA critica últimas medidas contra o coronavírus no estado e pede explicações ao governador

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Representantes do Sindicato dos Médicos da Bahia (SINDMED) criticam a implantação das últimas medidas adotadas pelo governo do estado, que estabelece, além do toque de recolher, um fechamento de atividades não essenciais entre o final da tarde desta sexta-feira (26) até o início da manhã da próxima segunda-feira (01). Os profissionais citam o Hospital Metropolitano, uma estrutura que começou a ser construída em 2017, com previsão de entrega para o ano seguinte, mas até então o equipamento não foi entregue à população.

Em um vídeo, gravado pela diretora de comunicação do sindicato, doutora Clarice Saba, e publicado nas redes sociais da entidade, a médica cobra respostas ao governo do estado, em nome da categoria, sobre os respiradores comprados no ano passado, da China,  e que nunca chegaram à Bahia, além de pedir explicações sobre o HM:”Cadê o Hospital Metropolitano? Porquê não entrega à população? Ficou a promessa da entrega e a população não está vendo esse número de leitos. Perguntamos também, onde estão os respiradores que sumiram? A população também está precisando. Volta a precisar agora. Precisamos de números de mais leitos nessa cidade, com o número de casos, a gente se preocupa com o número de pacientes precisando, ou seja, não podemos admitir ou ser coniventes com essa desassistência dessa nossa população”.

Doutora Clarice Saba – diretora de comunicação do Sindmed-BA/ Foto: Reprodução YouTube

Ela também questiona o montante aplicado/ em aplicação em propagandas educativas sobre o coronavírus:” Uma outra preocupação que nós temos é com o número de dinheiro gasto, a quantidade de soma gasta com as propagandas do governo. Quantos milhões são gastos? A gente tem visto os outdoor’s por aí, tem visto as propagandas de rádio, pelo menos. Eu me pergunto: esse dinheiro investido em propaganda, quantos leitos poderiam ter sido construídos? Quantos respiradores comprados? Quantas UTI’s? Quantas mortes deviam ter sido evitadas? Se esse dinheiro, em vez de tanta propaganda, a não ser que tenha dinheiro para propaganda e para construir leitos, então nesse caso, vamos construir hospitais e leitos”, indagou a profissional.

Entre os questionamentos, a médica pede melhor atenção à categoria e cobra o seguro de quando o profissional se ausenta de suas funções, prometido pelo estado: “temos que ter carinho também para com os médicos e profissionais da área de saúde que estão na linha de frente, e que por acaso não estão recebendo o seguro quando se ausentam, quando pêjota, e ficam em casa e a sua família se morrer ou se ficar muito tempo afastado pode passar fome. Então, governador, cadê esse seguro que foi prometido? Que me conste, não houve notícias nenhum colega receber ainda. E acho que também nenhum profissional da área de saúde recebeu”.

Veja o vídeo:

O Hospital Metropolitano está localizado em Lauro de Freitas, será a quarta Parceria Público-Privada (PPP) na área da saúde na Bahia e a maior unidade de atendimento hospitalar do Brasil nesta modalidade, de acordo com o governo do estado. O leilão está previsto para março na Bolsa de Valores (B3). Deve iniciar as atividades com 265 leitos e, após a ampliação pelo ente privado, chegará a 330, superando o Hospital do Subúrbio. A obra recebeu investimentos de R$ 173 milhões.