Operação investiga elo de políticos baianos com desvio de verbas para a covid

Foto: Ilustração

Investigadores da Operação Falso Negativo, deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal para apurar um esquema de desvio de verbas na compra de testes de covid com ramificações na Bahia, descobriram indícios do suposto envolvimento de prefeitos do interior e de ao menos dois deputados federais do estado em transações com recursos destinados ao enfrentamento da pandemia. As suspeitas foram reveladas ontem a integrantes do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas do MP baiano (Gaeco) por promotores de Brasília, após o cumprimento de mandados de busca e apreensão em Salvador, Lauro de Freitas e São Gabriel, relativas à 4ª fase da Falso Negativo.

Fio do novelo
O elo de políticos da Bahia com a rede de corrupção montada na Secretaria de Saúde do Distrito Federal foi descoberto nas etapas anteriores da operação. Em especial, através do smartphone apreendido com um dos alvos da Falso Negativo, Matias Machado, tido como grande operador do esquema pelo MP.

Marca registrada
Nas conversas realizadas em aplicativos de mensagem, segundo apurou a Satélite, Matias Machado discute diretamente com prefeitos e assessores de deputados baianos detalhes sobre desvios de verbas direcionadas à saúde por meio de emendas parlamentares. Dono de uma empresa sediada em São Gabriel e investigada na Falso Negativo, Machado destaca as brechas abertas pelo afrouxamento das regras de .licitação nos contratos voltados ao combate da pandemia, alerta sobre a necessidade de agir rápido e garante a liberação de emendas para municípios. O dinheiro surrupiado seria dividido entre ele, prefeitos e deputados.

Ponto de partida
Os indícios levantados pelo MP do Distrito Federal que respingam em políticos do estado com foro privilegiado serão integralmente remetidos à PF e à equipe do Gaeco na Bahia. Após receberem o material –  que inclui documentos, relatórios de quebras de sigilo e arquivos armazenados em aparelhos celulares, computadores e dispositivos eletrônicos -, os promotores do MP baiano e a PF devem iniciar investigações paralelas sobre eventuais fraudes em contratos na área de Saúde durante a crise sanitária. Informações do Correio*.