Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (17), apontou que entre 2000 e 2018, a Bahia registrou, em números absolutos, o maior crescimento da área agrícola no Nordeste. O resultado deixou o país com o 6° maior resultado do país.
Segundo o IBGE, durante os 18 anos, o território baiano destinado à agricultura cresceu 87,4%, passando de 16.808 para 31.490 km². A expansão da fronteira agrícola, sobretudo na região oeste, foi apontada como o processo que mais modificou o uso e cobertura da terra no estado, no período.
Mesmo em termos relativos, o crescimento da área agrícola na Bahia (87,4%) ficou entre os dez maiores do país, em 9° lugar.
Entretanto, de acordo com o órgão, apesar do avanço da área dedicada à agricultura, a Bahia tinha, em 2018, apenas 5,6% dos seus 564.723 km² ocupados pela atividade (eram 3,0% em 2000), 12ª participação entre os 27 estados.
A expansão agrícola foi, por outro lado, o principal fator que levou a Bahia a perder 29,4 mil km² de vegetação nativa em 18 anos. Foi a 5ª maior redução absoluta do país, concentrada nas áreas campestres, principalmente no cerrado do oeste do estado.
O IBGE informou também que em 2018, pouco mais da metade do território baiano (52,4%) era coberto por vegetação nativa. A proporção era apenas a 14ª entre os 27 estados. Naquele ano, a vegetação campestre era a cobertura da terra predominante e ocupava pouco mais de 1/3 da área da Bahia (34,4%).
Curiosidades
- O segundo tipo de uso do solo que mais se expandiu na Bahia durante o período foi a pastagem com manejo. A área ocupada por essa atividade passou de 48.820 para 55.450 km² (crescimento de 13,6%).
- O aumento da área territorial dedicada à agricultura, na Bahia, foi a principal causa da supressão de vegetação nativa.
- Nesses 18 anos, o estado viu sua área de vegetação nativa – formada por florestas e vegetações campestres, como o cerrado e a caatinga – encolher. A diminuição corresponde à perda de pouco mais de quatro campos de futebol da Arena Fonte Nova em cobertura vegetal.
- A área de florestas também foi reduzida. Nesse caso, a mudança se deu, sobretudo, pelo avanço das pastagens e de formas de uso mistas, chamadas de mosaicos, nas quais não se consegue identificar qual é a dominante.
Confira o gráfico e o mapa que mostram a distribuição das classes de cobertura e uso da terra no estado:
As informações constam do Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra, realizado pelo IBGE desde o ano 2000, com base na interpretação de imagens de satélite, levantamentos de campo e consultas a fontes de informação complementares.
A partir de 2010, ele passou a ser atualizado a cada dois anos. Em 2020, pela primeira vez, há informações desagregadas para cada estado. Informações do G1.