Tecnologias da Embrapa impulsionam crescimento da produção de alho no Brasil

Motivos de comemoração não faltam para os produtores de alho no Brasil: estático por vários anos, o crescimento do consumo passou, em 2020, de 30 milhões de caixas de 10kg para 36 milhões. Os últimos anos também registraram o aumento da área plantada – em seis anos, o país saltou de 9.500 hectares para 14 mil hectares, aproximadamente. Junte-se a esses números a questão da produtividade que passou, no mesmo período, de nove toneladas para uma produção próxima a 15 toneladas por hectare.

Ainda com predominância do alho chinês em 2020 (53%), a perspectiva é de que o alho nacional passe a substituir gradativamente o alho importado, e, em 2021, participe com 44% e 11% do mercado – produção do Cerrado e do Sul, respectivamente, reduzindo o volume de importação da China.

Os valores foram apresentados por Rafael Corsino, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), que estima um crescimento ainda maior na área plantada em 2021, principalmente nos estados de Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul.

Um crescimento que ele atribui a um maior conhecimento e adoção de novas tecnologias por parte dos produtores, e onde a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Hortaliças ocupa um papel relevante. “Sabemos o quanto a Embrapa vem colaborando com esses avanços, assim como o potencial que existe para uma adoção ainda maior de tecnologias, como a produção de alho semente livre de vírus, por exemplo”, observou Corsino.

Novas frentes

Nesse sentido, o pesquisador Francisco Vilela, que coordena o programa de alho livre de vírus na Embrapa Hortaliças, assinala que o sistema de produção própria de alho livre de vírus (multiplicação da semente em telados anti-afídeos), voltado inicialmente para os pequenos produtores, vem sendo adotado gradativamente por grandes produtores, também interessados em reduzir o custo do alho semente.

Com a validação da tecnologia do alho semente livre de vírus, outras frentes de atuação vêm sendo trabalhadas. Um dos exemplos dessas novas linhas de trabalho diz respeito à limpeza viral e disponibilização de cultivares livres de vírus para as diferentes regiões produtoras e segmentos da cadeia produtiva.