O governador da Bahia, Rui Costa, falou que propor para Salvador e cidades da Região Metropolitana (RMS) as mesmas restrições definidas para as 22 cidades do norte da Bahia. A informação foi divulgada em entrevista ao Bahia Meio Dia, nesta sexta-feira (19) e vai ser debatida em reunião marcada com os prefeitos durante a tarde.
“Só as atividades essenciais, inclusive, os prefeitos [do norte da Bahia] pediram no decreto para impor, inclusive, limitação de quantidade de pessoas nos supermercados e também a proibição de venda de itens que não tenham relação com os gêneros alimentícios e de materiais de limpeza”, disse Rui Costa.
Segundo Rui Costa, o pedido feito pelos prefeitos das cidades do norte da Bahia relataram que supermercados da região estavam “enchendo de pessoas e de prateleiras com produtos que não são de gêneros alimentícios e de limpeza”.
“Nós vamos propor a mesma coisa aqui [Salvador], porque nós precisamos de supermercados vazios. Quando a gente diz que os supermercados são gêneros alimentícios é porque ele vende produtos de alimentação e se eles estão enchendo de gente para vender roupas, vender panelas, vender outros produtos que não estão vinculados a alimentação”, relatou.
Em coletiva na manhã desta sexta, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, também revelou vai propor a prorrogação das medidas restritivas por mais sete dias, na reunião com o governador Rui Costa e os prefeitos das cidades da Região Metropolitana.
“Minha posição é pela prorrogação das medidas em vigor. É óbvio que nós vamos discutir, mas diante do cenário que nós estamos enfrentamos, com a soma de mais problemas, não há outra decisão a ser tomada”, disse o prefeito.
Falta de medicamentos
Rui Costa informou que pediu para que a Procuradoria Geral do Estado (PGE-BA) entre com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o governo federal providencie medicamentos que o governo estadual não tem encontrado no mercado nacional.
O governador também criticou a postura de fornecedores que estariam inflacionando os preços dos medicamentos.
“Não é possível, não é aceitável que a gente adote no Brasil um ‘salve-se quem puder’, que os laboratórios, os representantes ganham dinheiro astronômicos chantageando 5 mil prefeitos, chantageando 27 governadores para dar o medicamento a todos nós”, disse.
Também nesta sexta, Bruno Reis revelou que os pacientes que estão em Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) na capital baiana tem um estoque do relaxante muscular Rocurônio suficiente para apenas para os próximos 10 dias.
“Todas as cidades do Brasil estão sofrendo com a falta desse medicamento. Nós estamos tentando adquirir, temos estoque para os próximos 10 dias, mas os fornecedores estão sem condições, nesse momento, de nos garantir a entrega”, afirmou o prefeito.
Rui Costa também falou que a falta dos remédios pode trazer consequências graves para os pacientes que precisam de leitos de UTIs.
“Isso não é possível, isso não é admissível, o que está acontecendo é uma tragédia, pode ser ainda maior nos próximos dias. Você imagine se nós não conseguimos suprimentos desses medicamentos? Os pacientes podem morrer nos leitos de UTI por falta de medicamentos que ajudam na respiração, fazendo relaxamento muscular, então é inaceitável. Isso chega ser desesperador”. Informações do G1.