A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê recuo da atividade econômica de 11,8% em março e abril, caso o Brasil não consiga vacinar mais rapidamente seus cidadãos. De acordo com a instituição, a recuperação pode iniciar em maio, mas apenas no fim do mês. Segundo informações do informe conjuntural divulgadas nesta segunda-feira (22/3) pela CNI, a previsão do Produto Interno Bruto depende dessa recuperação econômica e das futuras decisões do governo em relação à pandemia da Covid-19. Na pior hipótese, o índice crescerá apenas 0,6% neste ano.
“Se continuarmos como estamos a gente cresce 3%, o que é ruim, porque viemos em um ritmo de crescimento de 3,6%, a chamada taxa de carregamento. Se o governo nos surpreender, vacinar todo mundo e o Brasil voltar rápido no início de maio, crescemos 4,5%. Sem vacinação e com novos lockdowns pela frente, crescemos 0,6%”, afirmou a instituição.
O relatório mostra que apenas em 2022 a atividade econômica retornará para o nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Neste cenário, o crescimento do PIB de 2021 será reduzido a 0,6% e o PIB industrial crescerá 1,3%.
A segunda onda da pandemia e seus efeitos sobre a economia tornam ainda mais urgentes as reformas estruturais, principalmente a reforma tributária, na avaliação da CNI. “Essa agenda deverá ser perseguida ao mesmo tempo que se cuida dos problemas de curto prazo. Só assim o Brasil voltará a crescer a taxas superiores a 2% ao ano”, diz o economista-chefe da Confederação, Renato da Fonseca.conteudo patrocinado
Desemprego
A taxa de desemprego deve crescer e registrar um novo recorde no segundo trimestre de 2021, de acordo com a CNI. A taxa de desocupação média de 2021 será de 14,6%, superior aos 13,5% observados na média do ano passado.
Os efeitos da retomada no mercado de trabalho devem ser defasados e iniciar somente no início do segundo semestre.
Industria preocupada com a inflação
O economista-chefe da CNI explica que a expectativa para o início do ano era de redução no crescimento da inflação, em razão de mais uma safra recorde e da tendência de valorização do real. A intervenção significativa do Banco Central, que aumentou a Selic em 0,75 pontos percentuais, mostra que esse cenário não se confirmou.
O IPCA deverá acumular um crescimento de 4,73% ao ano, acima do centro da meta de inflação, de 3,75%, mas dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima. Os preços administrados terão a maior contribuição sobre o IPCA este ano, dado seu peso na composição do índice.
O esperado crescimento se deve ao adiamento de reajustes de tarifas como transporte público, água e esgoto e preços de planos de saúde, de 2020. Informações do Metrópoles.