Com a resistência do governo de Jair Bolsonaro em aceitar Renan Calheiros (MDB-AL) à frente da relatoria da CPI da Covid-19, o MDB ameaça romper o acordo firmado com governistas para apoiar o senador Omar Aziz (PSD-AM) na presidência da comissão caso o Palácio do Planalto insista em sua ofensiva.
Os senadores independentes e de oposição – que são maioria no colegiado – já haviam feito um acerto que previa Aziz na presidência da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) na vice-presidência e Renan como relator. A tropa de choque do Planalto, no entanto, trabalha para pôr na relatoria o senador Marcos Rogério (DEM-RO), aliado do presidente Jair Bolsonaro.
Em conversa com o jornal O Estado de S. Paulo, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), afirmou que o partido é contra a ideia de encaixar Rogério na relatoria da CPI. Braga disse, ainda, que se Aziz quiser designar esse nome, o MDB não mais o apoiará para o comando da comissão. “Isso não envolve o MDB. Se ocorrer, estaremos em desacordo. Se quiser pacificar com o MDB, tem de estar em acordo com o partido”, avisou Braga.
Articuladores de Bolsonaro tentaram evitar até mesmo a indicação de Renan para compor a CPI, mas não obtiveram sucesso na empreitada porque o governo não tem maioria na comissão. Com perfil de oposição e aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – possível adversário de Bolsonaro na eleição de 2022 –, Renan é considerado pelo Planalto como uma “pedra no sapato”. Informações do Portal A Tarde.