Oministro da Saúde, Marcelo Queiroga, visitou nesta segunda-feira (17) as instalações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde ocorrerá a produção de uma remessa de 12 milhões de doses de vacina Covid-19 com Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que chegará da China neste mês nos dias 22 e 29.
Além dessa produção, a Fiocruz estima a entrega de 18 milhões de doses da AstraZeneca até meados de junho. No momento, esses imunizantes estão em processo de controle de qualidade na instituição, no Rio de Janeiro.
Durante a visita, o ministro da Saúde destacou que o Brasil tem uma estrutura capacitada para produzir vacinas com tecnologia totalmente nacional e que esse é um grande diferencial. “É a esperança para a população e para pôr fim à pandemia”, disse. Queiroga também pediu a colaboração da indústria para a compra de insumos a fim de aumentar a testagem no Brasil e para adquirir equipamentos de proteção como máscaras e álcool em gel.
O ministro enfatizou que está atento e monitora a evolução da doença no país. Também lembrou que as metas de vacinação estão sendo cumpridas. “Temos o desafio de cessar a pandemia de Covid-19 e a solução está aqui”, disse.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, se colocou à disposição para colaborar na contenção da doença. “É um orgulho para qualquer brasileiro ter um parque industrial com alta tecnologia e de gente muito preparada. O que nos falta é IFA, é matéria-prima, que dependemos de fornecimento de fora do país. Em breve, teremos o desenvolvimento brasileiro”, afirmou.
A unidade produtora está localizada no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), na unidade da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Até o momento, cerca de 35 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford, produzidas com IFA importado, já foram entregues pela instituição para distribuição a todos os estados e ao Distrito Federal.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, apresentou as instalações e explicou que a Fiocruz criou um comitê para o enfrentamento da pandemia estruturado em seis eixos:
- apoio diagnóstico;
- atenção à saúde;
- ciência, tecnologia e inovação;
- informação e comunicação;
- Apoio às populações vulnerabilizadas;
- educação, formação e capacitação de profissionais.
“Com a Covid-19, estamos construindo um biobanco que será muito importante nas ações futuras. Temos que sair da situação pandêmica preparados. Não se trata só do desenvolvimento original, mas, sim, da capacidade de se adaptar diante de dificuldades”, afirmou Nísia.
A expectativa é que a produção da vacina Covid-19, 100% brasileira, comece a ser feita ainda no mês de maio e a ser entregue para distribuição no segundo semestre. Além disso, a Fiocruz segue com os trâmites finais para a assinatura do Acordo de Transferência de Tecnologia com a AstraZeneca. No segundo semestre, a instituição deve entregar mais 110 milhões de doses.
Participaram também da visita às instalações da Fiocruz o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Govêa Vieira; o secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Sergio Okane; a futura secretária de Enfrentamento à Covid-19, Luana Araújo; e o secretário-executivo adjunto do Ministério da Economia, Miguel Ragone.
Mahila Ames de Lara
Ministério da Saúde