Pelo segundo ano seguido, não serão permitidos os festejos juninos na Bahia, por causa da Covid-19, independentemente do número de público. A decisão foi anunciada no início dessa semana pelo governador Rui Costa. Com isso, cidades que tradicionalmente realizam os festejos e pessoas que vivem da festa estimam grandes prejuízos financeiros.
A prefeitura de Ibicuí, no sul do estado, calcula que cerca de R$ 1 milhão deixará de ser arrecadado em 2021, sem a realização da festa. Outras estimam perdas ainda maiores. Em Senhor do Bonfim, no norte da Bahia, o prejuízo será de R$ 10 milhões. Já em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, as perdas chegam a R$ 60 milhões.
“Lamentamos pela falta da festa, mas nos alegramos em colaborar com esse momento tão difícil, que é o enfrentamento da pandemia,” disse o secretário de governo de Camaçari, José Gama.
A cidade de Camaçari costuma realizar três dias de arrasta-pé, com grandes atrações que atraem em torno de 60 mil pessoas por dia. Desde o começo da pandemia, o espaço que abrigava o evento está sendo usado como posto de vacinação contra a Covid-19. A área equivale a quatro campos de futebol.
Pessoas que trabalhavam na festa também estimam perdas financeiras. É o caso de Bruninho do Acordeon, cantor e sanfoneiro, que desde o ano passado busca outras formas de obter renda, já que não pode mais fazer shows. Ele montou um pequeno negócio do ramo de alimentação.
“Hoje só consigo trabalhar com pizza para pagar as contas. Dou graças a Deus que minha esposa começou a trabalhar. Independente do financeiro, a saúde está em primeiro lugar. Se for para ter evento, tem que estar a população 100% vacinada”, disse.
Além dele, outras pessoas também concordam com a decisão de proibir eventos festivos, como a autônoma Luciene Ferreira.
“[A festa] vai piorar a situação. Aí vai fechar tudo de novo, e não vai resolver. Vamos dar uma parada, resolver tudo, e depois a gente volta de vez”, disse.
Fonte: G1