Aumenta para 30 o número de mortos no ataque a província na RDCongo

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O ataque insurgente teve lugar na zona de Tshani Tshani e Mapasana, na noite de sábado para domingo e, segundo ativistas da sociedade civil, inicialmente foram confirmadas 14 pessoas mortas, mas os residentes da área recuperaram mais tarde 16 corpos.

“Encontrámos mais 16 corpos de vítimas na área florestal perto dos campos. Foram os residentes de Tshani Tshani e Mapasana que conseguiram escapar das mãos dos atacantes que se propuseram a procurar os seus próprios atacantes. Eles estavam convencidos de que havia outras vítimas”, disse Jean Bosco Lalo, coordenador de grupos da sociedade civil em Ituri, à agência Efe, via telefone.

Segundo o ativista, as ADF utilizaram o seu típico “modus operandi”, recorrendo principalmente a armas brancas para matar as suas vítimas.

“Há marcas de machete nos corpos das vítimas. Outros foram mortos a tiro”, disse Jean Bosco Lalo.

Este ataque ocorreu depois de pelo menos quatro civis terem sido mortos e 60 pessoas mantidas reféns terem sido libertadas depois das ADF terem emboscado um comboio de comerciantes em Ituri em 01 de janeiro, escoltado pelo exército e pelas forças de manutenção da paz da ONU (Monusco).

As ADF iniciaram a sua violenta campanha em 1996 no oeste do Uganda em resposta ao regime do Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, a quem acusaram de ser anti-muçulmano, até o exército forçar a sua retirada para a fronteira com a RDCongo.

Desde então fizeram incursões em território congolês, que se tornaram mais frequentes e virulentas no último ano, aproveitando uma geografia montanhosa que lhes permite esconder-se das operações militares da Monusco, que enviou mais de 14.000 soldados.

A sua agenda não é clara, além de uma possível ligação com a organização jihadista Estado Islâmico (IS), algumas vezes responsável por alguns dos seus ataques.

A 15 de agosto, o Presidente da RDC, Felix Tshisekedi, autorizou as forças especiais dos Estados Unidos a ajudar o exército congolês a combater as ADF, um grupo considerado “terrorista” por Washington.

Em resposta à violência, o Kivu do Norte e Ituri estão sitiados e sob administração militar desde 06 de maio.

De acordo com os últimos dados publicados pela ferramenta de localização de segurança Kivu Security Tracker, as ADF já mataram mais de 980 pessoas em mais de 170 ataques desde 2017, embora outras organizações atribuam milhares de mortes ao grupo.

O nordeste da RDCongo tem estado mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados do exército durante anos, apesar da presença de Monusco. Informações do Notícia ao Minuto.