O líder espiritual tibetano, Dalai Lama, pediu desculpas após um vídeo viral mostrar ele perguntando a um menino se ele queria “chupar” sua língua durante uma audiência pública em fevereiro deste ano. O vídeo também mostrou o Dalai Lama beijando a criança na boca, gerando críticas em todo o mundo. Seu gabinete divulgou uma declaração dizendo que ele queria se desculpar com a criança e sua família pela dor que suas palavras e ações podem ter causado.
De acordo com o comunicado, o menino havia pedido um abraço ao Dalai Lama durante a audiência em McLeod Ganj, subúrbio de Dharamsala, no norte da Índia, onde o líder espiritual vive exilado desde a revolta tibetana de 1951 contra o domínio chinês. A conta oficial do Dalai Lama no Twitter afirmou que o líder espiritual costuma brincar de forma inocente e brincalhona com pessoas que conhece, mesmo em público e diante das câmeras, e lamentou o incidente.
Esta não é a primeira vez que o Dalai Lama se envolve em polêmicas. Em uma entrevista à BBC em 2019, ele pediu desculpas por dizer que se uma mulher fosse sucedê-lo, ela “deveria ser mais atraente”. Em 2018, ele sugeriu que a Europa deveria ser guardada para os europeus, ao comentar o aumento do número de refugiados africanos entrando no continente.
O Dalai Lama é o principal líder espiritual do budismo tibetano e é considerado a reencarnação de seus 13 predecessores na religião. Ele é o representante do movimento de autonomia tibetana, mas sua presença internacional diminuiu em parte devido à sua idade e à crescente influência econômica e política da China.
É importante ressaltar que o hábito de colocar a língua para fora pode ser uma forma de saudação no Tibete, conforme explicou a BBC. No entanto, muitas pessoas em todo o mundo consideraram a conduta do Dalai Lama inapropriada, especialmente em relação a uma criança. A declaração de desculpas do líder espiritual pode ajudar a amenizar a situação, mas o incidente deve continuar a gerar discussões sobre a conduta pública do Dalai Lama e as implicações de suas palavras e ações em um mundo cada vez mais conectado.