O caso que chocou o país ganhou novos desdobramentos nesta terça-feira (4), após a Polícia Civil confirmar que a adolescente de 17 anos que confessou ter enviado um bolo envenenado para a colega Ana Luiza de Oliveira Neves, também de 17, agiu por vingança emocional acumulada ao longo de anos.
Segundo o delegado Vitor Santos de Jesus, responsável pela investigação, a autora do crime revelou que se sentia constantemente “trocada” por Ana Luiza, especialmente por conta de relacionamentos amorosos. “Ela declarou que guardava mágoas antigas, nutridas desde a infância, e que Ana Luiza teria, ao longo dos anos, despertado sentimentos de rejeição ao iniciar relacionamentos com rapazes que a adolescente também gostava ou por quem tinha interesse”, afirmou o delegado.
A vítima, que inicialmente desconfiou do presente, consumiu o bolo por acreditar se tratar de um gesto amigável vindo de uma pessoa próxima. Poucas horas depois, passou mal e precisou ser hospitalizada. Exames toxicológicos confirmaram a presença de substâncias nocivas no alimento.
A polícia continua apurando se houve a participação de terceiros e qual substância foi utilizada no envenenamento. Apesar da gravidade do crime, por se tratar de uma menor de idade, a acusada será submetida a medidas socioeducativas, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O caso gerou comoção na comunidade onde ambas moravam e acendeu o alerta para os perigos de conflitos interpessoais não resolvidos entre adolescentes, especialmente em ambientes escolares e de convivência próxima.
A jovem Ana Luiza segue em recuperação e, segundo familiares, está abalada emocionalmente ao descobrir que a tentativa de envenenamento veio de alguém que considerava amiga de infância.
