Um caso grave de violência digital envolvendo o uso de inteligência artificial foi denunciado por alunas do Colégio Santa Maria Minas — Unidade Floresta, em Belo Horizonte. As estudantes afirmam que colegas de sala utilizaram programas de IA para criar imagens falsas de nudez, usando os rostos de meninas da própria escola.
Segundo as vítimas, as fotos foram retiradas de redes sociais e manipuladas para gerar montagens pornográficas, que passaram a circular em grupos de WhatsApp e Telegram. Algumas dessas imagens teriam sido comercializadas entre os alunos. A denúncia aponta ainda que os autores promoveram “competições” utilizando esse material, o que ampliou o constrangimento das estudantes.
A situação veio à tona após um vídeo da influenciadora Ive Moreira, irmã de um ex-aluno da escola, repercutir nas redes sociais. No relato, ela afirmou que o esquema já ocorria desde 2023, mas ganhou nova proporção com o uso de inteligência artificial para criação de “deep fakes”.
Diante da repercussão, a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) protocolou uma denúncia no Ministério Público de Minas Gerais, cobrando a apuração rigorosa dos fatos e a responsabilização dos envolvidos. A parlamentar também enviou um ofício à direção da escola solicitando informações sobre as medidas adotadas para proteger as vítimas e evitar novos casos.
O Colégio Santa Maria Minas emitiu nota lamentando o ocorrido e informando que acionou o Conselho Tutelar, a Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos e o próprio Ministério Público. A instituição também afirmou que está oferecendo acolhimento às alunas envolvidas e que medidas disciplinares serão aplicadas.
O caso levanta um alerta sobre os riscos do uso indevido de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, especialmente em ambientes escolares. As investigações seguem em andamento.