A assembleia do Conselho Deliberativo do Vitória, que estava marcada para a noite desta segunda-feira, foi adiada para o dia 2 de setembro. A decisão foi anunciada nesta manhã, por comunicado divulgado no site do clube.
No texto, o presidente do Conselho Deliberativo, Fábio Mota, cita a medida liminar proferida pelo juiz Tardelli Boaventura, que atendeu solicitação de cinco conselheiros rubro-negros. A assembleia levaria a público a apresentação e votação do parecer da Comissão de Ética, que analisou o relatório de uma Comissão Especial montada para investigar a gestão de Paulo Carneiro.
Além de adiar a assembleia, Fábio Mota deliberou pela disponibilidade para todos os conselheiros do parecer da Comissão de Ética e também o relatório da Comissão Processante.
Gestão sob investigação
Após denúncias, o Conselho Deliberativo do Vitória decidiu, em maio deste ano, instituir uma Comissão Especial para investigar a gestão Paulo Carneiro, iniciada em abril de 2019. À época, o dirigente, que é presidente do Esporte Clube Vitória e também do Vitória Sociedade Anônima, pediu afastamento do Vitória S/A até a conclusão da apuração. Nesta segunda-feira, aconteceria então a apresentação e votação do relatório que poderia levar Paulo Carneiro a ser suspenso ou afastado do cargo.
Na liminar que o ge teve acesso, os conselheiros afirmam que o Conselho Deliberativo do Vitória se recusou a disponibilizar o parecer da Comissão de Ética, informando que somente faria na reunião de segunda-feira. Eles alegam “um risco real” em razão do curto período de tempo disponível para a análise da medida” e completam relatando que isso “pode comprometer o exame da presente medida a tempo dela não se constituir em mera declaração de direitos sem qualquer eficácia”.
Na decisão, o juiz afirma que o regimento do Vitória determina acesso prévio ao parecer da Comissão de Ética. Para Tardelli Boaventura, a conduta do Conselho Deliberativo não encontra amparo legal, regimental ou jurídico. Sendo assim, o juiz deferiu o pedido de liminar e a suspensão imediata da reunião, com proibição da leitura do parecer e qualquer deliberação sobre a matéria. A pena em caso de descumprimento é de R$ 100 mil.
Política conturbada
O Vitória tem passado por dias turbulentos. Com o time em situação delicada na Série B, o presidente Paulo Carneiro tem sido pressionado para deixar o cargo. Em julho, o ex-presidente do clube e ex-aliado Alexi Portela cobrou a renúncia do atual mandatário, que garantiu que não vai pedir para deixar o cargo.
Dias depois, um grupo de oposição criou uma campanha para convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com o objetivo de destituir Paulo Carneiro, atitude que foi criticada pelo presidente.
O presidente do Conselho Fiscal, Jailson Reis, também apresentou denúncia em que pede a perda do cargo do presidente. O documento também iria ser apreciado na reunião do dia 23. Nos últimos dias, este mesmo Conselho Fiscal teve quatro membros renunciando ao cargo.
Paulo Carneiro é o quinto presidente diferente do Vitória nos últimos seis anos. Os últimos dois, Ivã de Almeida e Ricardo David, renunciaram ao cargo após forte pressão política. Antes deles, a situação também aconteceu com Carlos Falcão, em 2015. Informações do Globo Esporte Bahia.
