Autor de ataque na Nova Zelândia fica em silêncio no tribunal

O autor do massacre supremacista contra duas mesquitas em Christchurch, que causou 51 mortes, recusou nesta quarta-feira (26) seu direito de depor no Supremo Tribunal da Nova Zelândia, que amanhã o condenará pelo massacre ocorrido em março de 2019, segundo confirmaram fontes judiciais à Agência Efe.

O supremacista branco, que assumiu sua defesa jurídica para esta fase de condenação que começou na última segunda-feira, confessou-se culpado em março deste ano das 51 acusações de homicídio, 40 por tentativa de homicídio e uma por terrorismo, evitando assim um longo julgamento de mais de seis semanas.

Esperava-se que depois de ouvir os depoimentos de sobreviventes e parentes das vítimas do ataque nas mesquitas de Al Noor e Linwood, na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, que ele transmitiu parcialmente pelas redes sociais, o homem usasse seu direito de falar ao Tribunal da Nova Zelândia.

O terrorista tem-se mantido impassível nestes dias aos testemunhos emocionantes das vítimas, que vão desde insultos, condenação e perdão, no que foi a primeira vez que se viram pessoalmente após o ataque terrorista.

Mas os argumentos tão esperados do homem, que deve ser condenado à prisão perpétua sem fiança, não irão acontecer.

Amanhã, o juiz Cameron Mander, do Supremo Tribunal da Nova Zelândia, emitirá sua sentença, segundo fontes judiciais confirmadas à Efe, em sessão que incluirá também os argumentos do procurador da Coroa, Mark Zarifeh, bem como o advogado assistente do magistrado, Kerry Cook.

O atentado

No dia 15 de março de 2019, o supremacista, usando armas semiautomáticas, matou 42 pessoas em menos de seis minutos na Mesquita Al Noor, onde chegou por volta das 13h30 (hora local) e no Linwood Islamic Center, onde chegou dez minutos depois, matando outras sete pessoas.

As outras duas vítimas morreram posteriormente em decorrência dos ferimentos sofridos no ataque. Da Agência EFE.