Está na história. O Bahia voltou a ser tricampeão baiano neste sábado, 8, após um hiato de mais de 30 anos (a última vez havia sido entre 1986 e 88). Mas, se daqui a um tempo alguém quiser procurar nos jornais da época os detalhes, eis o diagnótico: a conquista veio de forma insossa, com provavelmente o time mais caro da existência do clube superando o pequeno Atlético de Alagoinhas apenas na disputa de pênaltis: 7 a 6.
Após o empate na ida por 0 a 0, o técnico Roger Machado (sob forte pressão, e que continua mesmo com o título) apelou aos titulares pela primeira vez neste estadual para o jogo derradeiro. Não adiantou. O ritmo seguiu o mesmo da acachapante derrota na decisão da Copa do Nordeste, frente ao Ceará, e, depois de um primeiro tempo terrível e de uma melhora não suficiente na segunda etapa, uma nova igualdade, dessa vez por 1 a 1, levou a peleja às penalidades.
Douglas defendeu a última, cobrada por Dedeco, e foi quem mais comemorou. A ‘festa’ teve aquele clima melancólico e desconcertante de fim de noite num bar decadente. A ausência da torcida, por conta da pandemia, também contribuiu para o cenário.
Vivendo enorme crise técnica, o Bahia começa na próxima quarta, 12, contra o Coritiba, sua caminhada no Brasileirão. Já o Atlético, que deixou escapar por pouco uma conquista inédita, vai cheio de esperança para a Série D nacional.
Sem prestígio
Se já estava sem nenhum prestígio com o torcedor após os últimos jogos, culminando com a derrota na final do Nordestão, o time do Bahia conseguiu levar os tricolores a um nível elevado de revolta com a atuação no primeiro tempo.
Mesmo com os titulares (ou talvez justamente por isso?!), o Tricolor foi incapaz de chegar com perigo ao ataque uma única vez nos 45 minutos iniciais. Nomes que já vinham em queda, como Rodriguinho, Juninho Capixaba e Élber, seguiram descendo a ladeira. Outros que já se apresentam péssimos há muito tempo, como Fernandão, conseguiram piorar.
Jogando com dignidade, apesar da notória falta de qualidade, o Atlético conseguiu ser um pouco mais agressivo no ataque, apesar de também não ter assustado de fato. Felipinho, duas vezes, e Russo tentaram, sem sucesso, de fora da área. Do lado tricolor, pura letargia. Os únicos dois lances de boa construção acabaram sendo invalidados pela arbitragem.
Depois de acionar seus titulares pela primeira vez em todo o Baianão, o que Roger poderia fazer no segundo tempo para melhorar um time que não deu nenhuma finalização? Partir para duas substituições logo no intervalo: o meia Daniel no lugar do volante Flávio e a troca de Fernandão por Saldanha. Não adiantou, e o Atlético seguiu assustando mais. Dedeco levou perigo duas vezes antes de Magno Alves, aos 14 minutos e aos 44 anos, marcar em chute fora com a canhota.
O vexame era tamanho que o Bahia poderia ter definhado de vez, mas foi só nesse cenário que conseguiu acordar. Empatou aos 25, quando Ronaldo conseguiu evitar que a bola saísse e tocou para Daniel concluir, e só não virou porque Élber ficou na trave aos 33.
Sim, a decisão foi para os pênaltis. E demorou a ser resolvida. Marco Antônio e Magno Alves desperdiçaram logo no início, mas os jogadores foram marcando até Dedeco ser parado por Douglas na oitava cobrança do Atlético. O quanto você festejou, torcedor tricolor?
BAHIA
Douglas
Nino
Lucas Fonseca
Juninho
Juninho Capixaba
Ronaldo (Gregore)
Flávio (Daniel)
Rodriguinho (Marco Antônio)
Rossi (Clayson)
Élber
Fernandão (Saldanha)
T: Roger Machado
ATLÉTICO
Fábio
Paulinho (Edson)
Mailson
Eduardo
Filipinho
Lucas
Dedeco
Edilson (Alex)
Tobinha (Reninha)
Russo (Vitinho)
Magno Alves
T: Agnaldo Liz
GOLS: Magno Alves, aos 14, e Daniel, aos 25 minutos do 2º tempo
LOCAL: Estádio Roberto Santos (Pituaçu), em Salvador (BA) ÁRBITRO: Marielson Alves Silva ASSISTENTES: Elicarlos Franco de Oliveira e Jucimar dos Santos Dias CARTÕES AMARELOS: Flávio e Daniel (Bahia); Mailson (Atlético). Informações do Portal A Tarde.