Bahia registra 13 casos de doença que deixa ‘urina preta’ e SESAB investiga mais cinco

Ilustração

Segundo informações da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgadas nesta sexta-feira (10), treze casos da doença de Haff, também conhecida como “doença da urina preta”, foram registrados este ano na Bahia.

Conforme a Sesab, as notificações foram feitas nos municípios de Alagoinhas, Salvador, Maraú, Mata de São João, Camaçari e Simões Filho. No total, cinco permanecem em investigação.

A doença de Haff se caracteriza por ocorrência de extrema dor e rigidez muscular, dor torácica, além de falta de ar, dormência e perda de força em todo o corpo, podendo causar falência renal. Pessoas com a doença apresentam urina na cor de café, causada pela elevação da enzima CPK, associada à ingestão de pescados.

De acordo com a Sesab, os 13 casos confirmados entre janeiro e setembro deste ano, são de pacientes de 20 a 79 anos. A faixa etária mais acometida é de 35-49 anos com sete casos (53,8%), seguida da faixa etária de 20-34 anos com cinco casos (38,5%) e idade ignorada (7,7%). Entre os casos confirmados 66% foram do sexo masculino.

Entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017 foram notificados 71 casos de doença de Haff nos municípios de Salvador, Vera Cruz, Dias D’Ávila, Camaçari, Feira de Santana e Alcobaça. Foram registrados dois óbitos, sendo um de residente de Salvador e outro residente de Vera Cruz, ambos com comorbidades.

Já em 2018 e 2019, conforme o órgão de saúde, não houve notificações da doença relatados pelas instituições de saúde.

No ano de passado, a partir do mês de agosto surgiram casos da doença de Haff nos municípios de Salvador Feira de Santana, Camaçari, Entre Rios, Dias D’Ávila e Candiba, totalizando 45 casos notificados. Destes, 40 foram confirmados e cinco foram descartados, sem registro de óbitos.

A Sesab recomenda que ao sentir dores musculares e apresentar urina escura após o consumo de peixes ou crustáceos, as pessoas procurem imediatamente uma unidade de saúde.

Medidas de controle

  • Evite comer pescados crus; Não consumir pescados ou crustáceos cuja origem, transporte ou armazenamento sejam desconhecidos. O ideal é comprar esses produtos em locais cuja a procedência ofereça segurança.
  • Recomenda-se exame para dosagem de creatinofosfoquinase (CPK) e TGO para observação da alteração dos valores normais nos exames;
  • Observar a cor da urina (escura) como sinal de alerta e o desenvolvimento de rabdomiólise, pois, nestes casos, o paciente deve ser rapidamente hidratado durante 48 ou 72 horas;
  • Não é indicado uso de antiinflamatórios;
  • Orientar a população a buscar uma unidade de saúde no caso de aparecimento dos sintomas;
  • Identificar outros indivíduos que possam ter consumido do mesmo peixe ou crustáceo para captação de possíveis novos casos da doença;
  • Recomenda-se coleta de amostras de alimentos para o setor de microbiologia de alimentos.

Tratamento

A doença não possui tratamento específico. Na ocorrência de casos suspeitos, recomenda-se buscar atendimento imediato, exame para dosagem de creatinofosfoquinase (CPK) ou TGO para observação do aumento das enzimas musculares.

Além disso, é necessário observar a cor da urina (escura) como sinal de alerta e o desenvolvimento de rabdomiólise, pois neste caso, o paciente deve ser rapidamente hidratado durante 48 ou 72 horas. Não é indicado o uso de antiinflamatórios. Informações do G1.