Na Bahia, em 2019, 4 em cada 10 moradores (40,4% da população) estavam abaixo da linha da pobreza monetária e pouco mais de 1 em cada 10 (12,5%) estava abaixo da linha de extrema pobreza, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este valor é o maior registrado em todo Brasil, dando ao estado o segundo maior número absoluto de pobres (6,006 milhões de pessoas) e o maior de extremamente pobres do país (1,853 milhão).
Além de terem de sobreviver com um rendimento domiciliar per capita muito baixo, quem vive abaixo da linha de pobreza está muito mais sujeito que a população em geral a enfrentar restrições importantes, sobretudo no que diz respeito aos serviços de saneamento básico, à educação e ao acesso à Internet.
Pobreza monetária
O Brasil não tem uma linha oficial de pobreza. Considerando o critério definido pelo Banco Mundial para países de renda média, adotado no acompanhamento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ela é de US$ 5,50 por dia em paridade de poder de compra (PPC).
Em 2019, essa linha de pobreza monetária correspondia a um rendimento médio domiciliar per capita mensal de R$ 428 na Bahia e em Salvador. Viviam com menos que isso 6,006 milhões de baianos, 40,4% da população do estado, e 611 mil soteropolitanos, 21,3% dos moradores da capital.
Ambos os indicadores apresentaram leve melhora frente a 2018, a segunda consecutiva. Em um ano o número de pobres na Bahia caiu 5,3%, o que representou menos 336 mil pessoas nessa condição. Em Salvador, a redução foi de 4,1%, ou menos 26 mil pessoas abaixo da linha de pobreza monetária.
Ainda assim, em 2019, a Bahia, apesar de ser o 4º estado em população, tinha o 2º maior número absoluto de pobres do país (6,006 milhões), muito perto do verificado em São Paulo (6,017 milhões), que liderava.
Em termos percentuais (40,4%), a Bahia ficava na 11ª posição entre os estados – caindo 4 posições no ranking, já que havia sido 7o em 2018. Maranhão (52,2%), Amazonas (47,4%) e Alagoas (47,2%) tinham os maiores percentuais de população abaixo da linha de pobreza em 2019. No outro oposto, Santa Catarina (7,5%), Rio Grande do Sul (11,1%) e Distrito Federal (11,2%) tinham as menores proporções.
Salvador
Entre as capitais, Salvador estava um pouco mais bem posicionada. Com a 4ª maior população em geral, tinha, em 2019, o 5o maior número de pessoas abaixo da linha da pobreza em termos absolutos (611 mil pessoas), perdendo um lugar nesse ranking em relação a 2018, superada por Fortaleza (625 mil pobres).
Em termos percentuais (21,3%), Salvador manteve a 15a maior proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza entre as capitais. Macapá/AP (36,3%), Manaus/AM (35,8%) e Boa Vista/RR (34,2%) lideravam, enquanto Florianópolis/SC (4,9%), Curitiba/PR (6,8%) e Porto Alegre/RS (9,0%) tinham as menores proporções.
Apesar do segundo recuo seguido, tanto a Bahia quanto Salvador ainda tinham, em 2019, bem mais pobres, em número absolutos e percentuais, do que em 2014, ano em que a pobreza chegou a seu mais baixo patamar tanto no estado (37,5% da população, ou 5,446 milhões e pessoas) quanto na capital (13,6% ou 379 mil pessoas).
Brasil
No Brasil como um todo, em 2019, 51,7 milhões de pessoas viviam abaixo da linha de pobreza monetária do Banco Mundial (renda domiciliar per capita mensal menor que R$ 436). Isso representava 24,7% da população do país. Também houve uma discreta redução nesse grupo em relação a 2018, quando 25,3% dos brasileiros estavam abaixo da linha de pobreza (52,5 milhões de pessoas). Via Portal A Tarde.