Estudantes, permissionários, representantes do governo municipal, do poder legislativo e outros integrantes da sociedade civil se reuniram,
na manhã de hoje (16), em uma audiência pública para discutir o transporte público da cidade.
A reunião acontece uma semana depois de o governo municipal assinar decreto que reajustava o valor da passagem do transporte na sede e na orla do município.
O coronel Castro, diretor da Superintendência de Trânsito e Transporte de Camaçari (STT), explicou que o transporte público de Camaçari não possui regulamentação, diferente do que acontece em Salvador, por exemplo: “Nós vivemos uma situação atípica em Camaçari, lá em Salvador já teve uma licitação e as regras de aumento são devidamente regimentadas, aqui não existe alguma coisa, legalmente para que eu reajuste as tarifas aqui, e eu tenha que convocar o conselho municipal de transporte, eu tenho que ir numa audiência pública, eu tenha que ir no Ministério Público, não existe isso, não existe regulamentação, essa regulamentação teremos quando licitarmos o transporte coletivo”, afirmou.
De acordo com o chefe da pasta, o município não possui concepções de concessão nem de permissão.
Sobre a integração, ele disse que o serviço não é um dos melhores, mas que “o Camaçari Card veio para trazer benefícios, não se tornar uma falácia”. E afirmou, ainda, que não haverá redução do valor da passagem: “Eu digo a vocês que não haverá redução da passagem, porque eu tenho certeza que a contrapartida será dada”, concluiu.
O secretário de governo ,José Gama, disse que o governo está elaborando um edital com o formato do novo transporte público municipal. Citando a Integra, empresa que administra o transporte de Salvador, exemplificou o que pode acontecer também em Camaçari:” Será feito um debate lá, e o formato que vier, em Salvador é Integra, aqui pode ser MobiCamaçari, não sei qual vai ser o título, mas nesse momento não temos condição nenhuma de apostar no colapso”, acrescentou.
Cleven Soares, que foi conferir a audiência no Teatro Alberto Martins, perguntou para o secretário de governo, sobre a diferença de preços (quando o passageiro vai usar o cartão, ou quando vai pagar em dinheiro), e questionou também a destinação dos recursos para o Camaçari Card:” Por que vocês estão direcionando todo o recurso para o Camaçari Card? Porque, assim, quem mora na Gleba H e vai sair 7h, não tiver condições de achar um ponto aberto para colocar carga e recarga no cartão dele ele vai pagar mais caro?”, questionou.
Em resposta, o secretário disse que as duas tarifas não são uma inovação de Camaçari, que em outras cidades essa prática é comum também: “42% dos usuários de transporte de Camaçari hoje, já fazem uso do Camaçari Card, seja estudante, sejam servidores ou seja idoso. Ele continuou dizendo que a ideia do incentivo à aquisição do cartão é para tentar coibir a ação de bandidos, diminuir o fluxo de dinheiro no transporte, e até mesmo facilitar o troco.
Gama ainda lembrou que apesar do aumento, a passagem do transporte de Camaçari ainda é a mais barata da Região Metropolitana de Salvador. E ressaltou que é preciso esperar os resultados para tentar uma mudança.
O presidente da Câmara Municipal de Camaçari agradeceu a presença de todos os debatedores e pessoas presentes a audiência: “que possamos em conjunto aproveitar as ideias que surgiram dessa audiência pública, colocar isso no papel, colocar em prática, para que nós possamos dar uma qualidade de vida melhor ao nosso povo. Esse é o papel da Câmara de Vereadores”, finalizou.