Na 4ª sessão ordinária da Câmara de vereadores de Camaçari, realizada por videoconferência, na última terça-feira (23), a indicação de número 131/2020 que propõe a requalificação do Centro Comercial voltou à discussão no plenário. A proposta é do vereador Oziel Araújo (PDT), e já havia sido apresentada no ano passado sob a referência 1292/2019, e agora retorna.
Na indicação, o vereador sugere a requalificação do centro comercial da cidade, além da construção de calçadões para circulação de pedestres, áreas verdes e ambientes de convivência nas ruas Costa Pinto, Adelina de Sá, Getúlio Vargas e seus entornos: “e aqui não me refiro apenas à feira, como nós costumeiramente chamamos e conhecemos o Centro, mas também todo o centro comercial ativo de Camaçari, por isso fiz aqui uma referência às ruas que estão exatamente nesse centro comercial em que abriga boa parte dos estabelecimentos dos quais nós estamos aqui discutindo hoje”, declarou o vereador Oziel, em defesa da proposta.
Proposta volta ao plenário
Nessa quinta-feira (25), em sessão presencial no plenário, o vereador voltou a defender a indicação, que segundo ele, foi feita após reunião com representantes do comércio, que pediam socorro: “nós fizemos essa indicação ainda no ano passado quando recebi aqui, representantes do comércio e esses, exatamente, pediam socorro, há mais de um ano, por uma requalificação do Centro Comercial de Camaçari”, afirmou.
Vereador critica o abandono da Feira
O vereador criticou o abandono do centro comercial por parte da atual gestão. Segundo o pedetista, em quatro anos, não houve nenhuma melhoria no equipamento e no centro comercial como um todo: “nesses últimos quatro anos, infelizmente, nada aconteceu no Centro Comercial, a feira, muito menos no centro econômico de Camaçari, onde nós temos visto aí, por muito tempo, várias intervenções que deveriam ocorrer, que infelizmente não ocorreram até o momento”.
E apontou o momento de pandemia como uma boa oportunidade para que a requalificação aconteça: “essa é uma oportunidade muito boa, o governo municipal sinalizar, no sentido de investir para que Camaçari tenha fortalecimento na sua economia e no seu comércio local. A gente não pode continuar vendo vários munícipes saindo de Camaçari porque muitas vezes se tornou inviável transitar, frequentar”.
Governistas divergem
O vereador Flávio Matos (DEM), elogiou o empenho do colega em defender o comércio da cidade, mas discordou quanto ao fato de não haver intervenções. Matos fez questão de assinalar as intervenções da prefeitura na estrutura da feira: “eu quero aqui saudar o vereador Oziel pela indicação, permita seu vereador Oziel, concordar com a luta de vossa excelência, pelo comércio local, eu também estive discutindo com o vereador Elias Natan, o vereador Jorge Curvelo, o vereador Dilson Magalhães, o vereador Gilvan Souza, estamos todos imbuídos, o vereador Júnior Borges, enfim, toda a casa, o vereador Zé do Pão, imbuídos nessa busca de uma solução para o comércio nesse momento tão difícil que vivemos, mas também quero discordar de vossa excelência, vereador Oziel, encontramos uma feira completamente destruída, abandonada, não tinha um sistema de incêndio, prostituição, tráfico de drogas.
“Então nesses três anos, quero discordar de vossa excelência, vereador Oziel, com todo o respeito que tenho a vossa excelência, mas discordar, muito foi feito, e ainda muito há de se fazer para os nossos queridos feirantes e para todo o centro comercial de Camaçari”, completou Flávio Matos.
A feira fechou duas vezes por ordem judicial
Na sessão de ontem (25), o autor da proposta destacou ainda, as duas vezes em que a Feira foi fechada, entre os anos de 2017 e 2019, por determinação do Ministério Público. E segundo Oziel, nenhuma das vezes foi para fazer melhorias necessárias, apenas em cumprimento de ordens judiciais: “nós tivemos duas oportunidades em que a feira, vereador Flávio Matos, ela foi fechada: a primeira foi no dia 13/02/2017, logo no início da gestão; e a segunda foi no dia 18/03/2019, ainda no ano passado. Nas duas oportunidades em que a feira foi fechada não foi para uma ampliação, não foi por uma remodelagem, requalificação. A feira, ela foi fechada por ordem judicial, para que fossem cumpridos critérios que o Ministério Público estava estabelecendo”, destacou.
“Em momento nenhum a feira foi mudada ou sofreu intervenção por apresentação de um projeto de renovação para aquele equipamento, mas sim para se adequar às medidas e aos critérios que o Ministério Público estabeleceu para que ela continuasse funcionando e assim transcorreu a feira ela não mudou de lá para cá, ela permanece com o mesmo layout, com a mesma aparência com muito poucas intervenções de melhorias que foram colocadas pela gestão através dessa cobrança e agora fecha”, finalizou o vereador.