Na contramão do país, onde houve aumento de 13% no número de candidaturas de policiais e militares, a Bahia terá uma quantidade de representantes das forças de segurança 16% menor nas urnas, em relação à eleição municipal de 2016.
No pleito deste ano, 381 candidatos a prefeito, vice-prefeito ou vereador se apresentaram como bombeiros militares (7), membros das Forças Armadas (4), militares reformados (80), policiais civis (69) e militares (221) em todo o estado. Na eleição de 2016, foram 455 candidaturas de integrantes desses segmentos na Bahia. Já no Brasil, serão 6.760 candidaturas de policiais e militares. Há quatro anos, foram 5.987.
Das 381 candidaturas na Bahia, 22 são para prefeito e 13 para vice. Haverá militares na disputa pelo comando do Executivo municipal em muitas das principais cidades baianas, como Salvador, Vitória da Conquista, Juazeiro, Paulo Afonso, Candeias, Simões Filho.
Na capital baiana, dois dos nove candidatos à prefeitura têm origem militar, embora apenas a Major Denice (PT) tenha informado à Justiça Eleitoral a ocupação de policial militar. O Pastor Sargento Isidório (Avante) informou ser deputado em sua ficha, embora a patente sempre tenha acompanhado seu nome de urna. Além disso, o Tenente Maciel (PRTB), candidato a vice-prefeito na chapa de Cezar Leite (PRTB), também não se definiu como militar. Em sua ficha, consta “outros” na ocupação.
Em Juazeiro, também dois dos postulantes à chefia do Executivo municipal são militares: o Capitão Moreira (Avante), bombeiro militar, e o Coronel Anselmo Bispo (DEM), policial militar. No total, há seis candidaturas para prefeito na cidade do Norte baiano.
Em Itabuna, o ex-prefeito Capitão Azevedo (PL) tenta retornar ao cargo. No mesmo município, Gregory Cruz (PSDB), também militar, disputa o cargo de vice-prefeito na chapa encabeçada pelo seu correligionário Edmilton Carneiro.
Há, inclusive, uma espécie de chapa militar “puro sangue” em Santa Cruz Cabrália, onde Capitão Apolinário e Sargento Fraga, ambos do Republicanos, concorrem a prefeito e vice, respectivamente.
Na Bahia, o PRB, sigla ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, é o partido que mais lançará candidatos policiais ou militares este ano, com 35 postulantes. Na sequência, aparecem PP (31), PSD (28) e DEM (26).
Ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL só terá 16 candidatos que se definiram como militares ou policiais na Bahia. Um desses nomes é o Cabo Herling, que disputa a prefeitura de Vitória da Conquista, terceira maior cidade do estado.
Já o PRTB, do vice-presidente Hamilton Mourão, só terá um candidato desse parte desse segmento no estado.
Para o professor de Ciência Política Jorge Almeida, a queda no número de candidatos militares na Bahia, em contraste com o cenário nacional, surpreende. “Há essa tendência nacional, já desde 2014, da maior participação de membros das Forças Armadas e policiais. E aqui em Salvador, especificamente são três chapas: do Sargento Isidório, da Major Denice e o vice de Cezar Leite. A tendência seria esperar mais candidaturas [de militares]”, pontua. O professor destaca que, “na atual conjuntura, se dizer militar é considerado favorável do ponto de vista eleitoral para alguns setores”. Informações do Portal A Tarde.