Censo Demográfico 2022 começa com missão de atualizar e ampliar o retrato do Brasil

Começou nessa segunda-feira, 1º de agosto de 2022, a coleta domiciliar do Censo Demográfico, o mais amplo e mais detalhado levantamento estatístico do país, que vai revelar com precisão quantos somos, onde estamos e como vivemos.

O Censo é a única pesquisa que visita todos os cerca de 75 milhões de domicílios nos 5.570 municípios do país. Para isso, foram contratadas, em todo o Brasil, por volta de 207 mil pessoas, sendo cerca de 183 mil recenseadores.

Na Bahia, a operação censitária contará com 1.688 agentes censitários e 12.485 recenseadores, que deverão visitar cerca de 5 milhões de domicílios em todos os 417 municípios do estado. Só em Salvador, serão recenseadas em torno de 1,1 milhão de residências. Ao todo 2.915 pessoas cuidarão da coleta do Censo na capital incluindo 2.627 recenseadores.

A amplitude da coleta do Censo Demográfico faz dele a única pesquisa de âmbito nacional que traz resultados em níveis municipal e intramunicipal, ou seja, para distritos, subdistritos e bairros

A coleta do Censo Demográfico deve durar três meses, e seus primeiros resultados são esperados ainda neste ano, em dezembro. O orçamento da pesquisa foi de cerca de R$ 2,3 bilhões, apenas em 2022.

Responder ao Censo é um ato de cidadania: dados levantados são essenciais para governos, iniciativa privada e sociedade em geral

Este será o 13º recenseamento da história do país. O primeiro foi feito há exatos 150 anos, em 1872, ainda no Império. Desde 1940, o levantamento é feito pelo IBGE, normalmente a cada dez anos, seguindo recomendações internacionais.

A última edição foi a de 2010, e a pesquisa que se inicia hoje deveria ter ocorrido em 2020, mas acabou adiada em dois anos por conta da pandemia de COVID-19 e de contingenciamento de recursos.

O Censo é fundamental para conhecermos a realidade do país e para a elaboração e avaliação de políticas públicas; para o planejamento e tomada de decisões das diferentes esferas de governo, da iniciativa privada e da sociedade em geral; para estudos acadêmicos e científicos; para a representação política; e para o repasse de uma série de recursos aos estados e municípios.

Ele pesquisa questões como características dos domicílios (condições de habitação, existência de serviços de saneamento e de alguns bens), perfil demográfico (sexo e idade), identificação étnico-racial, núcleo familiar, educação, trabalho e rendimento e mortalidade.

Além disso, há temas que apenas o Censo investiga, como religião, população indígena, deficiência, fecundidade, nupcialidade, migração, deslocamento para trabalho ou estudo e aglomerados subnormais (favelas e assemelhados).

Buscando a ampliação, ou uma melhor resolução, da fotografia que tira do país e sua população, o Censo 2022 trará, pela primeira vez, informações sobre pessoas que se identificam como quilombolas.

Também será o primeiro a realizar uma investigação sobre o autismo. O questionário da amostra (completo) irá perguntar se alguma pessoa do domicílio já foi diagnosticada com autismo por profissional de saúde.

Em Salvador, uma outra novidade serão as informações detalhadas para cada um dos 170 bairros da capital baiana, que publicou sua lei de bairros em 2017.

Também pela primeira vez em 2022, o IBGE vai georreferenciar todos os domicílios visitados, ou seja, determinar suas coordenadas geográficas (latitude e longitude).

Responder ao Censo é rápido e fácil: será possível fazer isso também pela Internet ou telefone

O Censo tem dois tipos de questionário. O básico ou questionário do universo, que todos os domicílios respondem, é mais curto. Tem 26 questões e, em média, pode ser respondido em 5 minutos.

Já o questionário completo ou da amostra é formado pelo básico mais um complemento, chegando a 77 questões. Ele é aplicado a cerca de 10% dos domicílios do país e são necessários, em média, 16 minutos para respondê-lo. O tempo de resposta pode variar de acordo com algumas características, como o número de moradores por domicílio.

Em cada residência, pelo menos uma pessoa é entrevistada, e ela poderá responder por todos os demais moradores, se for o caso.

Será possível responder ao Censo presencialmente, durante a visita do(a) recenseador(a), ou, nesse momento, escolher responder pela internet ou por telefone. No primeiro caso (internet), o(a) morador(a) será cadastrado e receberá, por e-mail, um link com senha. Terá então um prazo de 7 dias para responder. No segundo caso (telefone), será agendada uma ligação a ser feita pela equipe do IBGE, para coletar as informações.

Responder ao Censo é seguro: recenseadores estarão uniformizados e informações passadas são sigilosas

Durante o Censo, todos os recenseadores e agentes do IBGE estarão identificados pelo uniforme, colete e boné do IBGE, e pelos seus equipamentos, os DMCs (dispositivos móveis de coleta). Também usarão um crachá com foto, onde existe um QR Code que aponta para um site onde se verificam as identidades dessas pessoas: o http://respondendo.ibge.gov.br.

É possível também ter essa confirmação pelo 0800 721 8181. Nessa central de atendimento, as pessoas podem tirar quaisquer outras dúvidas sobre a operação censitária, inclusive o preenchimento do questionário.

Os recenseadores também estão orientados a usar máscara, sobretudo em ambientes fechados, e a buscar manter o máximo de distanciamento possível, sempre seguindo rigorosamente os protocolos sanitários vigentes em cada município, durante o período da coleta.

Além disso, de acordo com a Lei nº 5.534, de 1968, todas as informações prestadas ao IBGE são absolutamente sigilosas. Elas podem ser utilizadas apenas para fins estatísticos, isto é, não podem de forma nenhum levar à identificação da pessoa que deu essa informação -nem para a Justiça ou a polícia.

O sigilo estatístico é e mais rígido inclusive do que o imposto pela Lei Geral de Proteção de Dados. Informações da ascom IBGE.