O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) indicou na sexta-feira (28) que 300 mil pessoas, incluindo 100 mil crianças, continuam enfrentando a falta de acesso a serviços de água potável e saneamento em Beirute, três semanas após a explosão no porto que devastou a cidade.
“As explosões agravaram uma situação já precária em termos de acesso à água potável e saneamento na área metropolitana de Beirute, com um número significativo de caixas d’água e sistemas de encanamento danificados em prédios próximos à explosão”, disse a agência da ONU em um comunicado.
A Unicef estima que cerca de 130 edifícios na área afetada foram “completamente desconectados da rede de água principal” e mais de 500 estão com sistemas de água danificados.
“A maioria das famílias afetadas vivia em prédios com acesso regular a água potável antes da explosão e os danos são diversos: principalmente a infraestrutura, que deve ser reparada, e os tanques de água devem ser substituídos”, disse Olivier Thonet, chefe de Águas, Saneamento e Higiene da Unicef Líbano.
A agência disse que a situação é “particularmente crítica” para cerca de 300 mil pessoas, incluindo cerca de 100 mil crianças, cujas casas foram danificadas ou destruídas na explosão.
“Uma das nossas prioridades imediatas era garantir que as crianças e famílias afetadas, bem como as equipes de socorro, tivessem acesso a água potável”, disse o representante da UNICEF no Líbano, Yukie Mokuo, em comunicado.
Mokuo indicou que já conseguiram ajudar “mais de 6.650 crianças e suas famílias”, embora tenha lembrado que “há muito mais a fazer e o tempo é essencial”.
“Como os casos de covid-19 continuam aumentando, é mais vital do que nunca garantir que as crianças e suas famílias tenham acesso a água potável e saneamento”, acrescentou Mokuo.
A explosão
No dia 4 de agosto, uma explosão de origem desconhecida de 2.750 toneladas de nitrato de amônio que havia ficado sem vigilância por seis anos no porto de Beirute causou a morte de 182 pessoas e ferimentos a mais de 6 mil, além de devastar completamente alguns bairros da capital.
Aumento de casos de covid-19
Mesmo antes da explosão, o sistema de saúde do país já estava em uma situação delicada, com o país registrando um aumento no número de casos registrados de coronavírus.
Na quinta-feira, o Líbano registrou 689 casos de covid-19, o maior número documentado desde que a primeira infecção foi detectada em 21 de fevereiro, elevando o número total de infecções para 14.937 e o número de mortes para 146. Da Agência EFE.