No 1º trimestre de 2021, a taxa de desocupação na Bahia foi de 21,3%, quebrando o recorde de 2020 e ficando no maior patamar para o estado em nove anos – desde o início da série histórica da PNAD Contínua Trimestral, em 2012.
Foi mais uma vez a maior taxa de desocupação do país, empatada com a verificada em Pernambuco (21,3%) e bem acima do indicador nacional, que ficou em 14,7%, também um recorde histórico.
A taxa de desocupação mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão desocupadas (não trabalharam e procuraram trabalho) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas).
O novo recorde na taxa de desocupação na Bahia (21,3%) foi resultado principalmente do aumento da população desocupada, ou seja do maior número de pessoas que não estavam trabalhando e procuraram trabalho no estado.
Esse contingente chegou a 1,386 milhão de pessoas no 1o trimestre deste ano, o maior em nove anos, desde o início da série da PNAD Contínua Trimestral. Aumentou 6,9% em relação ao último trimestre do ano passado (+90 mil desocupados) e 5,7% em relação ao 1o trimestre de 2020 (+75 mil desocupados).
Enquanto a desocupação chegou a um patamar histórico na Bahia, o número de pessoas trabalhando, fosse em ocupações formais ou informais (população ocupada), voltou a cair no 1o trimestre de 2021, após ter registrado uma leve alta no fim do ano passado.
Entre janeiro e março, os ocupados somaram 5,135 milhões no estado. Isso representou menos 53 mil trabalhadores do que no 4o trimestre de 2020 (-1,0%) e uma retração de 9,9% frente ao 1o trimestre do ano passado. Ou seja, em um ano de pandemia, 565 mil pessoas deixaram de trabalhar na Bahia.
Além da perda de trabalho, que frequentemente leva à busca por um novo, o aumento da desocupação, no 1o trimestre de 2021, também se deveu a um discreto movimento de retorno de parte das pessoas que estavam fora da força (que por algum motivo não estavam trabalhando nem procuraram trabalho).
A população fora da força de trabalho no estado ficou em 5,847 milhões no 1o trimestre de 2021, 0,9% menor que no fim de 2020 (-53 mil pessoas), mas ainda significativamente maior do que a verificada antes da pandemia (+16,2%), com mais 816 mil pessoas nessa condição, frente ao 1o trimestre de 2020.
Dentre os que estão fora da força de trabalho, os desalentados também se reduziram um pouco em relação ao 4º trimestre de 2020.
Nos três primeiros meses de 2021, 786 mil pessoas estavam desalentadas na Bahia. O número era 3,4% menor do que o do final de 2020 (-28 mil desalentados), mas ainda ficava discretamente acima do verificado antes da pandemia, com mais 7 mil pessoas nessa condição frente ao 1o trimestre de 2020 (+0,9%).
A população desalentada é aquela que não está trabalhando nem procurando trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, não tinha experiência, era muito jovem ou idosa ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se conseguisse trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
A Bahia tem o maior número absoluto de desalentados do país ao longo de toda a série da PNAD Continua, desde 2012. No 1o trimestre de 2021, no Brasil, havia 5,970 milhões de desalentados, número recorde para o país, com aumentos tanto frente ao 4o trimestre de 2020 (+3,1% ou +182 mil pessoas) quanto frente ao 1o trimestre de 2020 (+25,1% ou +1,2 milhão de pessoas).
Frente ao 4o tri/2020, ocupação só tem variação positiva entre trabalhadores por conta própria (+38 mil) e empregados sem carteira (+8 mil)
Frente ao mesmo período de 2020, no 1o trimestre de 2021, o saldo no número de pessoas ocupadas na Bahia ficou negativo para todas as formas de inserção no mercado de trabalho, o que significa que, ao final do período, houve mais saídas do que entradas.
Em termos absolutos, nessa comparação, o saldo mais negativo foi verificado entre os empregados no setor privado com carteira assinada, que passaram de 1,462 milhão no 1o trimestre de 2020 para 1,271 milhão no 1o trimestre de 2021 (-192 mil pessoas ou -13,1%). Em seguida, vieram os trabalhadores domésticos sem carteira assinada, que passaram de 308 mil para 226 mil (-82 mil ou -26,7%, queda percentual mais profunda), nessa comparação anual.
Já no confronto entre o 1o trimestre de 2021 e o 4o trimestre de 2020, apesar de, no total, a população ocupada ter se reduzido (-53 mil pessoas), houve discretos aumentos no número dos que trabalhavam por conta própria (de 1,574 milhão para 1,613 milhão, +38 mil ou +2,4%) e entre os empregados sem carteira assinada (de 886 mil para 894 mil, +8 mil ou +0,9%).
Com isso, o número de trabalhadores informais na Bahia teve um leve aumento entre o 4o trimestre de 2020 e o 1o trimestre de 2021, passando de 2,742 milhões para 2,762 milhões (+20 mil). A variação não foi estatisticamente significativa, mostrando mais uma estabilidade nesse contingente de trabalhadores, que representavam 53,8% de toda a população ocupada no estado, nos três primeiros meses do ano.
Ainda assim, frente ao 1o trimestre de 2020, quando somavam 3,016 milhões de trabalhadores, o número de informais na Bahia caiu 8,4%, com menos 254 mil pessoas trabalhando dessa forma no estado, em um ano.
São considerados informais os empregados e trabalhadores domésticos que não têm carteira assinada, os trabalhadores por conta própria ou empregadores sem CNPJ e as pessoas que trabalham como auxiliares em algum negócio familiar.
Fonte: IBGE