Um tribunal no Japão iniciou nesta sexta-feira o julgamento do processo apresentado pela Nissan contra o ex-presidente Carlos Ghosn, foragido da justiça japonesa e do qual a empresa cobra 10 bilhões de ienes (mais de R$ 500 milhões).
A Nissan processou Ghosn em fevereiro pelos prejuízos financeitos infligidos pelo ex-presidente “como resultado de anos de má conduta e atividade fraudulenta”, explicou a empresa no texto apresentado ao Tribunal do Distrito de Yokohama, onde a companha é sediada.
Este processo está ligado às acusações de abuso de confiança e uso e apropriação indébita de recursos corporativos contra o ex-dirigente, que são objeto de outros processos criminais pendentes devido à fuga de Ghosn para o Líbano no final do ano passado.
Valor do processo
O valor que a Nissan cobra de Ghosn foi calculado com base nos custos incorridos pelas “práticas corruptas” do brasileiro, incluindo o uso de várias residências de propriedade da empresa fora do Japão, uso privado de aeronaves corporativas e pagamentos à irmã para fins não relacionados a negócios.
A Nissan acredita que os fatos relacionados a essas práticas “serão estabelecidos durante o processo judicial” e que a lei “seguirá seu curso”, de acordo com o comunicado.
Ghosn, que será representado no processo civil por seus advogados, tem defendido sua inocência de todas as acusações feitas desde que foi preso pela primeira vez pelas autoridades japonesas, em novembro de 2018.
Greg Kelly, ex-executivo da empresa e colaborador de Ghosn, também se declarou inocente das acusações contra ele pelo suposto papel nas irregularidades financeiras que o Ministério Público de Tóquio atribui ao ex-presidente.
Além dos casos contra Ghosn e Kelly por não terem declarado uma série de pagamentos pactuados pelo ex-presidente com a empresa, a Nissan, como corporação, é acusada dos mesmos fatos. Da Agência EFE.