Todos os sinais de alerta estão ligados no Bahia. Derrotado pelo Internacional por 2 a 0 na tarde deste domingo, o Tricolor entrou na zona de rebaixamento da Série A. No Beira-Rio, o torcedor viu um time desorganizado e de produção ofensiva ineficiente. Fora de campo, o clima pesou: com salários atrasados, os jogadores do Tricolor se negaram a conversar com a imprensa no intervalo e no final da partida.
O técnico Diego Dabove, no entanto, nega que os problemas extracampo tenham interferência no rendimento do time em campo. Questionado após o apito final, o treinador avaliou sua equipe e destacou que o primeiro tempo foi ruim no Beira-Rio.
– Creio que [o extracampo] não [influenciou]. É difícil se dedicar a isso totalmente. É uma situação mental, sim. Mas, na análise de futebol que tenho que fazer, não [influenciou]. Temos que aceitar que, no primeiro tempo, não jogamos bem, foi um primeiro tempo muito ruim. O segundo tempo foi muito mais parecido com o que a equipe vinha fazendo – disse.
“A respeito da situação e protesto dos jogadores, são situações normais no futebol. Tenho 20 anos de futebol e vivi isso várias vezes. Passa. Seguramente, chegarão a um acordo e o melhor final para todos”, completou.
Bastante criticado pela torcida, Óscar Ruíz teve nova oportunidade no time titular. Mais uma vez, não rendeu o esperado; Lucas Fonseca, titular no lugar de Conti, também não correspondeu.
Dabove explicou as escolhas e afirmou que o atleta paraguaio “tem mais para dar”.
– Jogaram, porque pensamos que eram os melhores para esse momento. Fonseca fez uma grande partida na semana passada. E o Óscar Ruíz vinha fazendo dentro do que pedia bem. Eu o conheço, tem mais para dar.
O treinador, entretanto, mantém a tranquilidade. Ele avalia que o time baiano não vinha apresentando problemas no quesito e resumiu: “Hoje perdemos, mas passa”.
– Vínhamos trabalhando bem. São situações que acontecem no futebol. Falaremos, mas não é para ser um drama maior. Vamos corrigir, trabalhar. São situações pontuais que têm a ver com concentração. Não é para ser um drama. Estávamos muito bem. Hoje perdemos, mas passa – concluiu.
Com 23 pontos, o time baiano está na zona de rebaixamento e volta a campo no próximo sábado, quando recebe o Ceará, na Arena Fonte Nova. A partida da 23ª rodada do Brasileirão está marcada para as 19h.
Confira outros trechos da entrevista de Diego Dabove
Mais sobre a bola aérea
– Com relação à bola aérea, é uma situação que vínhamos bem, sem maiores problemas. E hoje acredito que [os jogadores do Inter] conseguiram, em duas oportunidades, e terminamos pagando caro. Tem coisas a trabalhar que têm mais a ver com concentração e com o momento da partida do que com o trabalho. Vínhamos bem.
Como pode ajudar nesse momento?
– Falando muito com os jogadores, com a diretoria, transmitindo tranquilidade. Da nossa parte, é focar no trabalho de futebol.
Por que Edson no time titular?
– É verdade que Lucas [Araújo] vinha bem. Mas, para essa partida, pensávamos que Edson poderia dar algo a mais. Creio que cumpriu, dentro do que pedimos. Estão todos muito parecidos no grupo. As pessoas analisam só o resultado. Patrick entrou muito bem; Araújo, quando entrou, entrou bem; Edson cumpriu [o que pedimos].
Avaliação de trabalho
– Essa análise vamos fazer ao final de tudo. Vamos corrigir e trabalhar. No final do ano, vamos analisar. Temos que focar no clássico com o Ceará na semana que vem.
Entrada de Rodriguinho mudou estratégia?
– Mudou um pouco, quanto à característica de Gilberto com Rodrigo. Mas, para o que eu tinha pensado para a equipe, não mudou muito. Gilberto fez uma boa partida também.
Fonte: Globo Esporte Bahia