Ainda não foi dessa vez que a torcida viu o novo Vitória que tanto espera. Neste domingo, pela primeira rodada do Campeonato Baiano, o Rubro-Negro só empatou por 1 a 1 com a Juazeirense, no Barradão. Apesar do tropeço em casa, o técnico Dado Cavalcanti isentou os jogadores de culpa e lembrou que o time teve uma preparação curta até a estreia.
“Hoje ninguém estreou 100%”, afirmou Dado Cavalcanti.
– Vários jogadores bem abaixo do que eles vão render durante a temporada. Por todos esses motivos, entendo que fizemos um jogo satisfatório. (…) Era o esperado. Não foram nem 12 dias (de preparação), a gente acabou interrompendo nossa preparação no surto de covid para ter um controle maior. A gente resolveu tirar uma sessão de treinou, mudou a estratégia. Se levarmos em consideração que os jogadores chegam no dia, vão fazer exames, posso dizer que a gente não teve no campo nem 10 dias de preparação para esse jogo – completou o treinador do Vitória.
Como foi citado por Dado, o Rubro-Negro passou por um surto de Covid na semana que antecedeu o jogo. Para o treinador, esse foi o fator que mais prejudicou a preparação do time porque foi um elemento surpresa, e também por tirar atletas que estavam previstos para o onze inicial do Leão.
“Talvez o surto de Covid-19 tenha nos atrapalhado mais porque foi algo que não esperávamos”, disse Dado.
– O pouco tempo de trabalho já sabíamos que ia ter, consequentemente a questão física dos nossos atletas também era esperado. (…) A perspectiva de jogar com três jogadores diferentes do que estreamos hoje muda um pouco a caracterização da equipe de uma forma muito significativa. A ausência de outras opções de banco para entrar, fazer parte do jogo, também nos deixa um pouco mais enfraquecido – avaliou.
Mas apesar dos contratempos e do empate em casa, Dado afirmou que conseguiu encontrar muitos pontos positivos na estreia do Leão. O treinador citou a atuação no primeiro tempo, o sistema defensivo, e a participação de Jadson por 90 minutos em campo.
– Tem vários aspectos positivos. Lógico que o resultado não é o que a gente queria. Queríamos estrear vencendo. Porém posso falar da atuação do setor defensivo. Jadson conseguiu finalizar o jogo e com nível de atuação satisfatório. Tivemos mais agressividade no primeiro tempo, é lógico. O setor de meio com quatro peças, sendo dois volantes e dois meias, contribuíram demais. Obviamente o desgaste traz uma perda de rendimento, e uma perda natural. Mas fica a minha ressalva em relação a esses pontos positivos que tivemos. Fomos agressivos, jogadores se dedicaram ao extremo, foram até onde dava, deram o seu 100%. Precisamos dessa agressividade em todos os jogos que iremos fazer na temporada – finalizou o técnico.
O próximo compromisso do Vitória será no domingo que vem. O Rubro-Negro vai enfrentar o Barcelona de Ilhéus, na Arena Cajueiro, às 16 (de Brasília), pela segunda rodada do estadual.
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Sobre as substituições
– As trocas foram feitas, principalmente, nesse quesito. Não houve trocas táticas, não houve estratégia de mudança de desenho do jogo. Infelizmente nessa condição dos primeiros jogos, eu fico refém apenas da questão física dos atletas. Mas a ausência de possivelmente três titulares, que não fizeram parte desse jogo e de outros jogadores que poderiam rechear mais as opções para que a gente pudesse mudar o desenho do jogo, isso sem dúvida atrapalhou.
O que mais agradou
– Primeiro creio que a ideia lançada foi assimilada. Conseguimos controlar o jogo, ter a maioria das ações ofensivas e, mesmo sem a bola, nós também tivemos o controle de defendermos bem. Esse equilíbrio de defesa e ataque, mas principalmente nas questões ofensivas, de circulação de bolas, perder menos bolas, tentar jogar o adversário para o seu campo, isso foi pra mim representativo porque foi algo que conversamos e treinamos muito. E aconteceu no jogo. É normal que uma primeira partida também nos traga outras dificuldades, condições de correção de posicionamento, tomada de decisão, mas acredito que essa ideia foi assimilada e a gente precisa aperfeiçoar. Ganhando mais um pouco de condição de jogo, de confiança, a gente vai crescendo no campeonato
Ideia ao trocar Guilherme
– A troca não foi em cima de ideia tática. As pessoas às vezes esperam essa condição do treinador de fazer alguma mudança com a perspectiva um pouco diferente em relação a setores. A troca não foi tática. A gente já sabia do esforço que o Guilherme vem fazendo para se condicionar. É um jogador extremamente dedicado, é um jogador muito disciplinado. Tem treinado muito forte na pré-temporada. Mas tínhamos a noção que ele não suportaria os 90 minutos. Naquele momento perdemos muito em termos de intensidade com a queda tanto do Guilherme quanto do Luidy. Fiz uma troca dupla, uma troca simples, posicionei o Roberto que inicialmente começou jogando por dentro, depois mais pelo lado direito. Mas ele fez a função que o Queiroz fez. Obviamente não tinha outra peça no banco que pudesse fazer a representação de área, um cara mais centralizado, um jogador mais próximo disso era o Roberto porque já fez isso em outros momentos da carreira. Repito, as trocas foram muito mais em nível físico. Perdemos intensidade, troca. Jogador pediu para sair, troca. Esperei até quando deu a última troca porque sabia que alguém iria gritar. Infelizmente o Alemão sentiu no finalzinho, precisei fazer a troca, espero que não seja nada demais.
O que achou do meio com apenas um volante pegador? E Pablo?
– Acho que tivemos um equilíbrio. A utilização de dois meias, pode falar três meias, o Dudu é um meia de origem. Apenas o João, talvez, numericamente, avaliando assim, pode nos dar a impressão que nossa equipe fica desguarnecida, mas não foi isso o que aconteceu. Estávamos quase sempre protegidos, principalmente pelo nível de entrega desses jogadores. Se entregaram ao ponto de um ajudar o outro. O Dudu mesmo conseguiu fazer um trabalho defensivo muito importante. Gabrielzinho foi até onde deu. Saiu por sentir cãibras. A entrada do Pablo, foi o último jogador a chegar. Possivelmente, se eu tenho à disposição alguns jogadores que infelizmente tiveram covid, o Pablo talvez nem estaria relacionado porque precisaria melhor um pouco mais a condição física. É um jogador que vai agregar muito. A função dele talvez não foi muito bem aproveitada, é um jogador que vem mais de trás, um jogador que enxerga mais o jogo, está no processo ainda de preparação.
Próximos passos
– Vamos ganhar mais uma semana boa, uma semana cheia. Além de recuperar os atletas mais cansados, porque terminaram extenuados o jogo, vamos ganhar um pouquinho de tempo para condicioná-los e fazer um jogo melhor na próxima rodada. Informações do Globo Esporte Bahia.