A delegada Carla Santos Ramos, que chegou a ser presa por suspeita de tortura e denunciou a colega Maria Selma Lima ao Ministério Público, agora vai ocupar um novo cargo na Polícia Civil, trabalhando na Central de Flagrantes, localizada na Avenida Antônio Carlos Magalhães.
A nomeação, assinada pelo delegado-chefe Bernardino Brito, começou a valer na quinta-feira (5/11), data em que foi publicada no Diário Oficial da Bahia. De acordo com o documento, Carla estava lotada na Delegacia de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (DREOF).
TORTURA
Em outubro de 2019, Carla trabalhava na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos quando foi denunciada, no dia 7, por suspeita de tortura contra uma funcionária de umas casa lotérica. Ela ficou um dia presa e, três dias depois, foi exonerada do cargo. Os também policiais civis Agnaldo Ferreira de Jesus Filho, Carlos Antônio Santos da Cruz e Iraci Santos Leal foram investigados na oportunidade.
Na época, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Eustácio Lopes, criticou as prisões. “A Corregedoria, ao invés de apurar, representa pela prisão dos servidores de forma injusta e equivocada gerando danos morais aos policiais civis”, comentou. “O bandido agora virou mocinho e o mocinho virou bandido. O bandido para tentar impedir a investigação criminal, vai à Corregedoria e faz uma denúncia”, alfinetou.
DENÚNCIA
No início de setembro de 2020, Carla Ramos enviou ao Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público estadual (Gaeco) um documento que apontava supostas irregularidades cometidas pela colega de profissão, a delegada Maria Selma Lima, à época titular do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) – que comandava a DRFR na mesma data em que Carla foi presa -.
“Estou aqui em respeito a vocês, meus 12 mil seguidores, para dizer que essas calúnias foram inventadas por essa delegada, que foi presa recentemente por tortura [está se vingando], e por esses quatro investigadores que eu tirei da delegacia de veículos [Delegacia de Repressão a Furto e Roubo de Veículos – DRFRV], porque estão respondendo, tanto na Corregedoria, quanto na Justiça, por extorsão. Então, gente, eu vou processar todos”, disse Maria Selma em um vídeo publicado nas redes sociais assim que o caso se tornou público.
Entre outros pontos, o relatório sustenta que Selma, que já foi titular da 16ª Delegacia Territorial (DT/Pituba), usava as dependências da unidade policial para “supostamente cooptar meliantes para integrar a organização criminosa, usando o falso policial civil Claudio Marco Veloso Silva e a pessoa apontada como seu companheiro Pedro Ivan Matos Damasceno como intermediários”.
O caso continua sendo apurado pelo MP. Via Aratu on.