DHPP evolui investigações sobre duplo homicídio de homens que roubaram carne em supermercado

Com indicativo de autoria, a Polícia Civil da Bahia, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) avança nas apurações da autoria e da motivação das mortes de Bruno Barros da Silva e Yan Barros da Silva, ocorridas no bairro da Polêmica, na última segunda-feira (26).

Após coletar novas imagens do circuito de câmeras de vigilância, de um supermercado, no bairro da Amaralina, na terça-feira (4), o DHPP analisa os vídeos e a Coordenação de Perícia em Audiovisuais do Departamento de Polícia Técnica (DPT) realiza perícia no material. Laudos cadavéricos e  periciais do local do fato complementarão as investigações.

A delegada-geral Heloísa Campos de Brito acompanha as investigações e pontua a devida aplicação da legislação penal. “Cada desdobramento do DHPP sobre este caso é acompanhado por mim. Todos os envolvidos com este crime serão responsabilizados, sejam eles quem forem, no rigor da Lei”, afirmou.

De acordo com a diretora do DHPP, delegada Andrea Ribeiro, mais de 10 pessoas já foram ouvidas. “Seguimos com desdobramentos das apurações, para a identificação e localização dos autores”, afirmou.  Outras providências não podem ser reveladas para não atrapalhar as investigações.

Contra a barbárie

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, casos como este são reflexo de uma concepção errônea sobre justiça que tomou conta de parte da sociedade.

“Trata-se de um delito resultado desse conceito vil, tosco, desumano, deturpado de que ‘bandido bom é bandido morto’. Há, nessa ação abjeta, um componente forte de racismo estrutural e ódio aos pobres. Na cabeça dessa gente torpe todo pobre e preto é bandido. É uma gente perversa, desprovida de qualquer sentimento de empatia e que demonstra claramente que o trabalho da Polícia não satisfaz, porque a polícia não mata, não pode e não deve matar. A polícia prende em flagrante, ou com ordem judicial, e entrega o infrator à justiça”, declarou.

“É assim que se procede em todas as sociedades civilizadas, em todos os países que têm uma constituição como a nossa, que somos obrigados a respeitar e a respeitamos, acima de tudo, porque esse é o nosso valor. Se alguém se valeu de milicianos, de integrantes do crime organizado para obter o resultado infame que obteve, é co-autor do delito. Uma vez identificado, será indiciado. Esteja a sociedade certa disso”, acrescentou o secretário.

Ascom-PC