EUA vivem 6º dia de manifestações contra a morte de George Floyd

Os Estados Unidos registraram neste domingo (31) o sexto dia de protestos pela morte do afro-americano George Floyd, 46, morto por policiais brancos da cidade de Minneapolis, capital de Minnesota. Atos pacíficos se alternaram com distúrbios violentos, que contaram com saques e vandalismo.

A polícia e a Guarda Nacional entraram em confronto com manifestantes e realizaram prisões, mas também participaram de momentos emocionantes. 

A cidade de Washington foi palco de manifestações durante todo o domingo (31), atos que atravessaram a madrugada desta segunda-feira (1º). Manifestantes atearam fogo em barricadas montadas em ruas próximas à Casa Branca.

Protestos próximos à Casa Branca

Foi o terceiro dia seguido de protestos na capital norte-americana. Grupos permaneceram durante todo o dia em frente à residência oficial do presidente dos Estados Unidos. Os protestos foram reprimidos pela polícia com gás lacrimogênio, gás de pimenta e bombas de efeito moral.

Na sexta-feira (29), segundo o jornal The New York Times, Donald Trump e sua família foram levados ao bunker do prédio. O Serviço Secreto dos EUA teria tomado a decisão devido às manifestações que ocorreram diante da Casa Branca naquele dia. As imagens dos protestos teriam causado inquietação nos agentes de segurança do presidente.

O prefeito de Cleveland, Frank Jacson, estendeu o toque de recolher até esta terça-feira (2). A capital do estado de Ohio está sob estado de emergência civil desde domingo (31). Segundo as autoridades de segurança, 65 pessoas foram presas e um menor foi apreendido durante os protestos.

Segundo o site da CNN Internacional, o prefeito Jacson admitiu que polícia deverá anunciar mais prisões nas próximas horas, já que as manifestações violentas prosseguiram madrugada a dentro. Pelo menos 20 pessoas deram entrada nos hospitais da cidade.

Levantamento feito pelo jornal The New York Times indica que os protestos se espalham por cidades de quase todos os estados norte-americanos, da costa leste à costa leste, de norte a sul do país. Homens da Guarda Nacional foram chamados para ajudar a conter os protestos em 21 estados, entre eles Nova York, Califórnia, Flórida, Ohio, Nevada, Colorado, Texas.

Região metropolitana de LA

Em Los Angeles, capital da Califórnia, foram registrados diversas manifestações pacíficas ao longo de todo o domingo (31). No entanto, as passeatas deram lugar a distúrbios violentos à medida em que a noite se aproximava.

A polícia local contabilizou dezenas de lojas, supermercados e farmácias saqueadas entre a tarde de domingo (31) e a madrugada desta segunda-feira (1º) nas cidade de Los Angeles, Santa Mônica e Long Beach.

Enquanto comboios de viaturas policiais e veículos blindados da Guarda Nacional cruzaram a principal cidade da costa oeste dos EUA, imagens feitas pelo helicóptero da emissora NBS Los Angeles revelava ruas bloqueadas e várias pessoas algemadas sentadas nas calçadas sob vigilância de policiais.

Cenas de vandalismo e saques também foram flagrados pelas imagens aéreas do canal NBS. Dezenas de pessoas invadiram uma drogaria em Long Beach Boulevard, encheram carros com mercadoria roubada e fugiam aproventando-se da falta de policiamento.

80 detidos em Long Beach

Ao ser questionado, Robert Luna, chefe do Departamento de Polícia de Long Beach, declarou que as buscas por criminosos estão sendo feitas quarteirão a quarteirão e que prisões têm sido efetuadas todo o tempo. “Nossos esforços estão focados no propósito de identificar e prender todos os envolvidos neste atos criminosos”, afirmou Luna.

Além do auxílio da Guarda Nacional, tropa de elite do governo dos EUA, o efetivo policial da cidade de Long Beach foi quadruplicado para esse momento de emergência.

“Quando vemos as imagens dos distúrbios pela televisão percebemos que tudo aquilo que planejamos mais cedo não pôde ser posto em prática. Esperávamos que os manifestantes expressassem suas condolências e raiva pelo que aconteceu com o senhor George Floyd, mas não foi isso que aconteceu”, declarou o prefeito de Long Beach, Robert Garcia, durante uma coletiva de impressa.

Ao menos 80 pessoas foram detidas pela polícia, acrescentou o prefeito ressaltando que os vândalos são uma pequena minoria, que “aproveitaram o momento para realizarem atos criminosos”.

O prefeito de Long Beach afirmou que pelo menos sete locais foram registramos saques. Estabelecimentos como um shopping, farmácias, lojas de departamento, lojas de calçados e lojas de conveniência tiveram portas arrombadas e mercadorias roubadas.

“Long Beach é uma comunidade unida, honesta e solidária e, por isso, todos estão trabalhando juntos para manter a segurança e a paz em nossa cidade”, prossegiu o prefeito Garcia. “Então, se você não é criminoso e não pretende se envolver em atos criminosos não saia de casa, fique em casa e respeite o toque de recolher.”

Violência policial e saques em Seattle

Em Seattle, capital do estado de Washington, o terceiro dia seguido de manifestações registraram marchas pacíficas durante todo o dia. Milhares de pessoas vigiadas de perto pela polícia local e por homens da Guarda Nacional carregavam cartazes e gritavam palavras de ordem contra o preconceito e a violência policial.

Porém, caos e destruição voltaram a ser registrados à noite principalmente na área do bairro de Westlake. Atos de vandalismos, confrontos e algumas prisões ocorreram mesmo com o toque de recolher decretado há dois dias na cidade.

Ao menos um vídeo mostrando a ação truculenta da policia de Seattle viralizou nas rede sociais e tem causado revolta. A filmagem mostra dois agentes rendendo e tentando algemar um manifestante, que foi agredido com socos no rosto.

Já em Nova York, o governador do estado, Andrew Cuomo, e o comissário de Polícia de Nova York, Dermot Shea, elogiaram um vídeo em que policiais são vistos ajoelhados juntamente com manifestantes que pediam justiça por George Floyd durante uma marcha pacífica na cidade, neste domingo (31). O vídeo mostrando a cena no distrito do Queens viralizou.

Pandemia do novo coronavírus

Xavier Spino, chefe do Corpo de Bombeiros de Long Beach, demonstrou preocupação com o perigo de contaminação dos manifestantes em meio à pandemia. A autoridade alertou para os riscos das aglomerações e a falta de preocupação com a disseminação do novo coronavírus. Informações do G1.