Europa em reabertura enfrenta semanas chave contra a pandemia

As próximas semanas, quando muitos países europeus aplicarão medidas transitórias após os confinamentos em massa, serão críticas para o continente, que na última quinta-feira (16) alcançará 1 milhão de casos de coronavírus, alertou o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa, Hans Kluge.

“As próximas semanas serão críticas para a Europa”, afirmou Kluge, durante entrevista coletiva virtual, observando que no continente “é imperativo não baixar a guarda” e estudar cuidadosamente se cada país cumpre os seis pontos estabelecidos pela OMS antes de aliviar as medidas de isolamento social.

Esses pontos incluem a garantia de que as infecções estão controladas, que o sistema de saúde possa enfrentar a fase de transição, que o risco de surtos seja minimizado, que medidas preventivas tenham sido tomadas nas escolas e nos locais de trabalho, que haja uma gestão adequada de possíveis casos importados e que a opinião pública esteja bem informada.

Diminuição das mortes

Kluge lembrou que mais de 84 mil pessoas morreram na Europa devido ao novo coronavírus, e que dos países mais afetados da região (Espanha, Itália, França, Alemanha e Rússia), vários números levam ao otimismo.

No entanto, em outros países do Velho Continente ainda não há uma clara diminuição ou há um aumento de infecções, como Reino Unido, Turquia, Ucrânia, Rússia e Belarus, destacou.

“Não podemos nos equivocar. Apesar da chegada da primavera, ainda estamos no centro da tempestade e alguns países ainda não sofreram todo o impacto [da pandemia]”, alertou.

O diretor afirmou que o levantamento das restrições deve ser gradual, e os países que as aplicam precisam monitorar constantemente seus efeitos para que a pandemia não atinja novamente as redes de saúde.

“A covid-19 mostrou sua capacidade de saturar até os sistemas de saúde mais poderosos da Europa”, observou.

Na mesma entrevista coletiva, os especialistas da OMS revelaram que um em cada 13 casos confirmados de covid-19 na Europa são profissionais de saúde (ou seja, mais de 75 mil), embora tenham enfatizado que as estatísticas podem ser influenciada pelo fato de que mais testes são praticados nesse grupo do que em outros da sociedade. Informações da Agência EFE.