Heineken pode fechar em Alagoinhas após disputa por causa de água

A fábrica da Heineken em Alagoinhas, no nordeste baiano, pode encerrar a operação caso a diretoria da empresa não consiga reverter o direito de exploração de água que abastece a indústria, atualmente cedido ao empresário Maurício Birtto Marcelino da Silva.

Após 26 anos, o empresário baiano conseguiu na Justiça uma vitória sobre a Agência Nacional de Mineração que refaz todo o processo de licitação desses direitos de exploração. Agora o imbróglio chegou até a direção da companhia na matriz, na Holanda.

Nas últimas semanas, uma série de reuniões entre os administradores daqui e de lá foi realizada para tentar encontrar uma solução. Uma das saídas seria importar água de outro lugar, mas é inviável. O produto pioraria e ficaria extremamente cara a operação.

A segunda é tentar na Justiça manter os direitos, mas a decisão homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) deixa claro que a Heineken não faz parte do processo, exclusivo ao empresário e a ANM. E como transitou em julgado, não cabe mais recurso à agência. A terceira saída é comprar os direitos de Marcellino da Silva.

Essa última possibilidade tem até valor: 900 milhões de reais, segundo um estudo realizado pela consultoria Duff & Phelps. Como comparação, a Heineken pagou pela Brasil Kirin — antiga dona da fábrica — cerca de 2,1 bilhões de reais, em 2017. Via Bnews.