A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor registrou um aumento pelo 9º mês consecutivo da taxa de famílias com contas em atraso, em Salvador. Segundo o levantamento mensal da entidade,
Um levantamento indicou que 43,7% das famílias da capital baiana estão com contas em atraso. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada mensalmente pela Femercomércio-Ba, em outubro foram 408 mil lares inadimplentes, indicando um recorde em uma série histórica iniciada em 2010.
Ainda segundo a Fecomércio, outro dado negativo da pesquisa de outubro é a taxa de famílias que já dizem que não conseguirão pagar a dívida em atraso, 15,6%, maior percentual em 10 anos. São 145,6 mil famílias na capital baiana nesta situação mais delicada. O endividamento, por sua vez, subiu de 65,1% em setembro para os atuais 66,2%. Atualmente, são 618,5 mil famílias que possuem algum tipo de dívida.
A pesquisa revela ainda que o principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito com 85,6% dos endividados, sem grandes alterações em relação aos meses anteriores. O que vem chamando a atenção da Fecomércio é a mudança em um ano de duas modalidades: carnês e crédito pessoal. Há um ano, eram 11,7% dos endividados, enquanto o segundo estava em 5,7%. Agora, o cenário virou, de 5,9% e 10,1%, respectivamente.
Já o tempo de pagamento da dívida em atraso é, em média, de um ano. “O atraso por um tempo mais prolongado é muito negativo sobretudo neste momento de alta de juros, com a SELIC a 13,75% ao ano. Ou seja, quanto mais tempo sem quitar o compromisso, mais juros a família paga e fica cada vez mais difícil equilibrar as contas”, informa o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze
De acordo com a PEIC, as famílias com renda mais baixa são as que mais sentem e mais têm dificuldades para equilibrarem o orçamento. A taxa de endividamento das famílias com renda inferior a 10 salários-mínimos é de 68% e de 46% de inadimplentes. Ao mesmo tempo, para a faixa com renda superior a esse montante, as taxas respectivas foram de 47,1% e 22,9%.
Para os próximos meses espera-se uma melhora no mercado de trabalho, as injeções do auxílio Brasil e o 13º salário, que devem ajudar a melhorar os dados da PEIC no final do ano, mas, por outro lado, mantem a limitação na capacidade de compras, podendo interferir nas vendas de Natal. Informações do Bnews.