Inflação de julho na região metropolitana de Salvador é de 0,75% e fica abaixo do índice nacional

Foto: Ilustração

A inflação do mês de julho na região metropolitana de Salvador (RMS) ficou em 0,75%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). De acordo com o órgão, a taxa ficou abaixo do índice nacional, que foi de 0,96%.

A pesquisa apontou ainda que o índice da RMS foi o quinto mais baixo dentre as 16 áreas investigadas separadamente pelo IBGE, ficando acima apenas de Belo Horizonte (0,71%), Rio Branco (0,66%), Rio de Janeiro (0,63%) e Aracaju (0,53%).

A inflação foi mais alta registrada em julho foi a de Curitiba (1,60%), seguida por Porto Alegre (1,23%) e São Paulo (0,98%).

Os dados do IBGE mostram ainda que houve uma segunda desaceleração seguida em relação à taxa do mês anterior (o IPCA da RMS havia sido de 0,86% em junho e de 1,12% em maio). Contudo, o índice deste mês foi o maior para um mês de julho, desde 2016, quando havia ficado em 0,92%.

No acumulado de janeiro a julho deste ano, a inflação na região metropolitana Salvador registra alta de 4,91%, índice que está acima do nacional (4,76%), supera o registrado no mesmo período de 2020 (4,31%) e já é o maior para um ano, desde 2016, quando a inflação fechou em dezembro com alta de 6,72%.

O IBGE destaca ainda que, nos 12 meses encerrados em julho, a inflação na RMS ficou em 7,98%. Seguiu acelerando em relação aos 7,84% registrados nos 12 meses encerrados em junho, embora ainda se mantenha abaixo do acumulado no país como um todo (8,99%).

Inflação deste mês no Brasil e áreas pesquisadas, acumulada no ano e nos 12 meses encerrados em julho de 2021 — Foto: Divulgação/IBGE
Inflação deste mês no Brasil e áreas pesquisadas, acumulada no ano e nos 12 meses encerrados em julho de 2021 — Foto: Divulgação/IBGE

Custos de habitação puxam inflação para cima

Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a medida oficial da inflação, cinco apresentaram altas em julho, na região metropolitana de Salvador.

Com o maior aumento, o grupo habitação (2,44%) exerceu a principal pressão inflacionária no mês. Foi puxado, sobretudo, pela alta da energia elétrica (6,13%), que teve importante aceleração frente a junho (quando havia aumentado 2,49%) e foi a principal pressão inflacionária individual, sob influência do reajuste de 52% no valor adicional da bandeira tarifária vermelha patamar 2. Com a quarta alta consecutiva no ano de 2021, a energia já aumenta 10,14% na RMS.

Além da energia, o gás de botijão (3,96%) também viu seu preço médio aumentar mais em julho do que em junho (2,41%), na RMS, e foi uma pressão importante na inflação do mês. Com três aumentos mensais consecutivos, um maior que o outro, o gás acumula alta de 20,93% de janeiro a julho de 2021.

O segundo maior aumento em julho, na RMS, veio do grupo transportes (1,69%), que também exerceu a segunda principal contribuição para a inflação no mês. As passagens aéreas (21,83%) foram a principal pressão individual no grupo, com o segundo maior aumento dentre as centenas de produtos e serviços pesquisados para formar o IPCA.

Outra influência de alta nos transportes veio da gasolina, item que tem o maior peso na formação do índice de inflação e seguiu aumentando (0,94%), ainda que muito menos que nos meses anteriores.

A terceira principal pressão inflacionária no grupo transportes veio do transporte por aplicativo, que teve, em julho, o maior aumento dentre os produtos e serviços do IPCA (23,69%).

Apesar de terem desacelerado em relação a junho, os preços dos alimentos também seguiram em alta (0,62%) e pressionando o custo de vida na RMS, em julho. Continuam puxados pela alimentação em casa (0,67%), com destaque para as altas do pão francês (6,71%) e de itens como tomate (13,43%) e açúcar cristal (6,88%).

Por outro lado, vestuário (-0,74%), artigos de residência (-0,60%) e saúde e cuidados pessoais (-0,16%) foram os grupos que mais contribuíram para a desaceleração da inflação da região metropolitana Salvador em julho.

Sob efeito do primeiro reajuste negativo autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) desde a sua criação, os planos de saúde (-1,31%) foram, individualmente, a principal força de contenção da alta do IPCA no mês.

Variação da inflação dividida pelos grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA — Foto: Divulgação/IBGE
Variação da inflação dividida pelos grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA — Foto: Divulgação/IBGE

Famílias com menores rendimentos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com menores rendimentos (até 5 salários mínimos), também ficou em 0,75% em julho, na região metropolitana de Salvador.

Foi menor que o índice do país como um todo (1,02%) e o terceiro mais baixo dentre as áreas pesquisadas.

Houve desaceleração em relação a junho, quando o INPC da RMS havia sido de 0,90%, mas o índice ficou acima do verificado em julho de 2020 (0,67%).

De janeiro a julho de 2021, o INPC acumula alta de 5,09% na RMS e chega a 8,58% nos 12 meses encerrados em julho. No Brasil como um todo, os acumulados são, respectivamente, 5,01% e 9,85%. Via G1.