Investigação sobre óleo no Nordeste aponta 23 navios suspeitos

Foto: Ilustração

A investigação da Marinha e Polícia Federal sobre a origem do petróleo que atinge todo o litoral nordestino se concentra atualmente em 23 embarcações suspeitas, de acordo com reportagem do Estadão.

A apuração busca cruzar rotas mais usadas no transporte de petróleo e a direção que as toneladas de óleo tomaram até chegar às praias brasileiras. 

O material identificado em amostras até o momento tem a “assinatura” do petróleo da Venezuela, conforme estudos da Petrobras e da Marinha.

A hipótese de que o petróleo seja orindo de naufrágio está praticamente descartada pelo governo. Uma das linhas de investigações considera ainda o tráfego de “navios fantasmas”, que são embarcações criminosas de “piratas” que poderiam atuar no contrabando de petróleo.

No entanto, o governo segue tratando o tema com sigilo.  Ontem (9), em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que, “ao que tudo indica, se trata de um navio estrangeiro”. 

Salles afirmou à reportagem que a pasta tem agido para conter os danos e remover o material. Mais de 100 toneladas de borra de petróleo já foram retiradas das praias. A tarefa é de difícil execução, já que o petróleo não avança sobre a lâmina d’água, mas no fundo do mar, até chegar ao litoral. 

O pesquisador Marcus Silva, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), diz que os estudos indicam que o derramamento de óleo pode ter sido feito por um navio, no fim de agosto, a uma distância de 40 ou 50 quilômetros da costa. Depois, as correntes marítimas e os ventos levaram o óleo para o Nordeste.

Ele informa que o Centro Integrado de Segurança Marítima da Capitania dos Portos de Pernambuco está utilizando dados de satélite para identificar os navios-tanques que passaram por essa região da costa no final do mês de agosto.

Os especialistas divergem, no entanto, sobre as hipóteses que explicam a rota percorrida pelo óleo antes de chegar ao litoral nordestino.

De acordo com pesquisadores, é necessário ainda entender as rotas dos navios e as correntes marítimas para indicar o percurso do poluente.

Em nota, a Marinha informou que, desde o início do aparecimento das manchas, faz inspeções no litoral do Nordeste e patrulha naval, com foco nas áreas onde existem ocorrências mais recentes, nos litorais de Sergipe e norte da Bahia. Ainda analisa as informações do tráfego mercante na região, com o monitoramento dos navios que passaram pelas águas jurisdicionais brasileiras. Cinco navios, uma aeronave e embarcações das Capitanias dos Portos do litoral nordestino estão mobilizados.

Procurada pela reportagem, a PDVSA, estatal petrolífera venezuelana, não se manifestou até a publicação. Informações do Metro1.